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BEIRUTE
Depois que o Líbano suspendeu a importação de carne bovina procedente do Paraná, o governo brasileiro informou que não descarta recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para questionar as barreiras impostas ao produto nacional.
"O Brasil não descarta essa possibilidade [de abrir contencioso na OMC] diante de barreiras incompatíveis com as regras internacionais", disse Tatiana Lacerda Prazeres, secretária de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Segundo ela, as medidas são protecionistas.
O Líbano, o sétimo país a barrar a carne brasileira, informou ontem que a suspensão ocorreu em função do descobrimento de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) ou mal da vaca louca no Paraná. Outros países do Oriente Médio, como o Egito e Arábia Saudita, suspenderam a importação de carne, assim como Coreia do Sul, Japão, China e África do Sul.
A decisão do governo libanês, que afeta tanto o gado vivo como sua carne congelada, estará vigente até segunda ordem, de acordo com um comunicado publicado ontem pelo Ministério da Agricultura do país.
"Se não há respaldo nas regras internacionais, que definem parâmetros sanitários para essa comercialização de carne bovina, essas barreiras são injustificáveis incompatíveis com normas da OMC e o governo avalia que medidas irá tomar", diz a secretária.
Há menos de duas semanas, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério de Agricultura, Ênio Marques, definiu março deste ano como prazo para que os países retirem os vetos às importações de gado brasileiro. Depois dessa data-limite, as autoridades brasileiras apresentarão uma queixa formal, ainda de acordo com Marques.