As indústrias brasileiras de carne bovina e café demonstraram otimismo com a reunião realizada mais cedo entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, às margens da 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). As exportações de carne e café estiveram entre as mais afetadas pelo tarifaço imposto pelo republicano em agosto.
“O encontro reforça a importância do diálogo para o fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e demonstra a disposição de ambos os governos em avançar nas discussões sobre as tarifas atualmente em vigor, que afetam diferentes setores do comércio bilateral, incluindo as exportações de carne bovina brasileira”, afirmou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), em nota.
A associação disse que espera que o entendimento entre as duas partes preserve a competitividade da carne brasileira e garanta previsibilidade aos exportadores nacionais.
A Abiec mencionou ainda a expectativa de que o entendimento amplie a presença da carne bovina brasileira no mercado americano. Os EUA, segundo maior destino da carne brasileira, vivem um ciclo de baixa da produção pecuária, com baixa oferta de gado, o que aumenta a necessidade do país por carne importada.
A Abiec disse ainda que o Brasil “se destaca também pela sanidade e capacidade de fornecimento”.
Café
Por sua vez, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) indicou estar "otimista". “Os últimos encontros entre os presidentes dos EUA e do Brasil têm sido mais positivos e, na Abic, estamos otimistas. As relações de longo prazo entre Brasil e Estados Unidos permitirão uma reavaliação equilibrada e responsável dessas tarifas, com base em critérios técnicos e em benefício mútuo”, disse Pavel Cardoso, presidente da Abic, em nota.
A Abic disse que continua defendendo a reavaliação técnica das tarifas impostas pelos ao café brasileiro.
Para a associação, apesar do tarifaço impor “desafios imediatos às exportações”, o café brasileiro “mantém posição sólida no mercado internacional, sustentada por sua competitividade, qualidade reconhecida e relevância para a balança comercial dos dois países”.
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) também comemorou a reunião bilateral. Em nota, a associação defendeu que o diálogo é importante para tentar “reverter a taxação apresentada ao produto” para preservas empregos e renda, e para que não sejam prejudicados tanto o setor brasileiro de cafés especiais como “a indústria cafeeira e os consumidores americanos”.
“A eventual retirada do tarifaço de 50% sobre os cafés brasileiros a serem importados pelos EUA é um fator que tende a devolver à normalidade o comércio mundial do produto”, sinalizou a BSCA, em nota.











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