Silagem de capim: técnica simples e barata é mão na roda para encarar a seca

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A silagem de capim é uma das ferramentas mais práticas e baratas para enfrentar os desafios da seca na pecuária. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes desta técnica.

Essa foi a dica de estreia do quadro “Dicas do Scoton”, apresentado pelo doutor em Zootecnia Maurício Scoton, no programa Giro do Boi desta terça-feira (13).

O especialista, professor da Universidade do Agro (UNIUBE), mostrou que, com bom planejamento, é possível produzir até 60 toneladas por hectare, barateando custos e mantendo os ganhos na entressafra.

Com mais de 25 anos de experiência, Scoton defende que a silagem de capim é uma alternativa acessível e eficaz, especialmente para quem já tem áreas com capins como mombaça ou outras cultivares do gênero Panicum.

Ao contrário de culturas tradicionais como o milho e o sorgo, ela dispensa o custo de plantio e entrega grande volume de massa verde por hectare.

Produção eficiente e flexível no uso da área
A silagem de capim, segundo Scoton, vai muito além de estocar alimento. Ela é uma ferramenta de gestão da fazenda, permitindo ajustar a lotação e até antecipar o uso da área colhida.

Um exemplo prático é utilizar o mesmo local como pasto de qualidade após a colheita, aproveitando o rebrote rápido e nutritivo da planta.

“Você pode entrar com 3 UA por hectare e oferecer folha de ótima qualidade para manter o ganho de peso médio antes do confinamento”, explica Scoton.
A técnica é especialmente vantajosa para propriedades com sistema de cria, pois garante alimento de qualidade para bezerros recém-desmamados em abril, maio ou junho.

Ideal para transição entre águas e seca
Outro benefício da silagem de capim é sua utilização estratégica no início das águas. Áreas irrigadas ou adubadas rebrotam mais rápido, permitindo pastejo antecipado em comparação com a braquiária.

Com isso, o pecuarista consegue dar “fôlego” para outras áreas da fazenda, vedando pastos no momento ideal e garantindo produtividade sustentável durante o ano inteiro.

Ao utilizar o pasto colhido como área de pastejo, o produtor ainda reduz o custo com volumoso e ganha tempo para manejar corretamente o restante da fazenda.

“Você colhe em março ou abril, usa a área no pastejo durante a seca, e já deixa no ponto para recomeçar o ciclo com adubação e nova colheita”, detalha o zootecnista.
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Baixo custo por tonelada e retorno garantido
Em termos econômicos, a silagem de capim é imbatível. Produzindo até 60 toneladas por hectare, ela permite um custo de produção por tonelada extremamente competitivo, o que torna a técnica viável para qualquer tamanho de propriedade.

Além disso, o capim colhido e ensilado mantém bom valor nutricional, especialmente se for cortado no ponto certo e bem compactado no silo.

A estratégia se adapta bem tanto para sistemas de recria quanto de engorda e pode ser integrada ao uso de TIP (Terminação Intensiva a Pasto) ou confinamento, ajudando na constância do ganho de peso do rebanho ao longo do ano.

Planejamento é a chave do sucesso
A recomendação de Scoton é clara: planeje com antecedência. A produção de silagem de capim exige organização, adubação correta e colheita no tempo certo.

Com essas medidas, o pecuarista consegue um volumoso de qualidade, melhora o desempenho dos animais e reduz a dependência de insumos mais caros, como rações concentradas.

“A silagem de capim é uma alternativa poderosa para manter o rebanho bem alimentado e o bolso do pecuarista protegido”, conclui Scoton, deixando seu recado de estreia para os telespectadores do Giro do Boi.

 

15/05/2025

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