Alimentação animal deve crescer 3% em 2025, projeta Sindirações

alimentacao.jpg

A indústria de alimentação animal no Brasil deve crescer 3% em 2025, alcançando a marca de 94 milhões de toneladas produzidas, entre rações, concentrados e suplementos.

A projeção é do Sindirações, que também estima um avanço significativo na bovinocultura de corte e leite, impulsionando o consumo de rações com maior qualidade nutricional.

Em 2024, o setor movimentou R$ 160 bilhões, com produção de 91,1 milhões de toneladas, reflexo da reação positiva das cadeias de proteína animal e da melhora nos custos de insumos.

Segundo o CEO da entidade, Ariovaldo Zani, o desempenho depende diretamente do comportamento de mercado para carnes, leite, ovos e aquicultura, mas o cenário geral é de otimismo.

Confinamento e produtividade aumentam demanda por ração

A bovinocultura de corte consumiu 7,2 milhões de toneladas de ração em 2024 e deve ultrapassar 7,7 milhões em 2025, puxada pelos sistemas de confinamento e semiconfinamento.

A intensificação da produção vem sendo usada como estratégia para garantir qualidade da carne e manutenção do Brasil como líder global em exportações.

Já a bovinocultura leiteira utilizou 7,1 milhões de toneladas de ração no ano passado e deve chegar a 7,3 milhões em 2025, acompanhando a modernização de sistemas, maior eficiência alimentar e consolidação de grandes produtores.

Acompanhe todas as atualizações do site do Giro do Boi! Clique aqui e siga o Giro do Boi pela plataforma Google News. Ela te avisa quando tiver um conteúdo novo no portal. Acesse lá e fique sempre atualizado sobre tudo que você precisa saber sobre pecuária de corte!

Insumos representam mais de 70% do custo

A indústria de alimentação animal deve consumir cerca de 60 milhões de toneladas de milho e 20 milhões de toneladas de farelo de soja em 2025. Esses insumos, juntos, representam mais de 70% do custo da ração, especialmente para aves e suínos.

O preço do milho subiu 29% de janeiro de 2024 para março de 2025, passando de R$ 64 para R$ 82 a saca. Já o farelo de soja recuou 7,5%, chegando a R$ 1.911 por tonelada.

No mesmo período, o custo da ração para frangos subiu 15% em reais, apontando pressão inflacionária mesmo com estabilidade em dólar.

Crescimento depende de resiliência diante de desafios

No cenário interno, inflação persistente, juros altos e os efeitos da nova legislação tributária exigem mais atenção do setor.

A Lei 214/2025, que cria o IBS, CBS e tributo seletivo, afeta diretamente os insumos agropecuários e a forma como os créditos fiscais são gerenciados, com impacto potencial sobre a cadeia.

Já no exterior, a possível volta de Donald Trump à presidência dos EUA levanta incertezas geopolíticas, podendo influenciar a dinâmica das exportações e os preços de grãos e biocombustíveis como etanol de milho e biodiesel de soja.

“A indústria precisa combinar resiliência operacional, gestão de custos e atenção às mudanças regulatórias para manter a competitividade”, alerta Zani.

Produção agrícola recorde favorece setor

Segundo a Conab, a safra brasileira 2024/2025 deve chegar a 328 milhões de toneladas de grãos, com destaque para 123 milhões de milho e 167 milhões de soja.

Esses volumes são considerados suficientes para atender à demanda interna e garantir os embarques internacionais.

Mesmo com a disputa crescente com setores como biocombustíveis e exportações, o Brasil mantém posição estratégica como um dos principais fornecedores globais de grãos e proteínas.

Noticia do site Giro do boi

 

15/05/2025

Newsletter