Quinto maior laticínio do país, a Alvoar Lácteos está investindo R$ 1,3 milhão para calcular a emissão de carbono de 60 de seus mais de 5 mil produtores fornecedores de leite. A iniciativa é o primeiro passo da empresa para a definição de suas metas futuras de descarbonização.
Até 2025, a companhia quer alcançar pelo menos 200 pecuaristas, diz Armindo Neto, diretor executivo de captação da Alvoar e responsável pelo projeto. Inicialmente, o trabalho vai se concentrar nos Estados de Minas Gerais e Ceará.
O projeto será um dos primeiros a calcular as emissões da pecuária leiteira na Caatinga, único bioma 100% nacional e considerado a região semiárida mais povoada do mundo. Segundo o executivo, a empresa quer alcançar outros Estados da região em que o laticínio também atua.
“O próximo passo será incluir produtores de Pernambuco, Sergipe e Bahia e de outras áreas do Nordeste, uma região muito grande e com características específicas em cada Estado”, afirmou. Nas metas de descarbonização, a Alvoar quer definir estratégias compatíveis com o perfil de seus produtores.
Os primeiros resultados indicam que os 60 pecuaristas emitem, em média, 2,75 quilos de carbono equivalente por litro de leite que produzem, um resultado semelhante à média global de emissões do segmento. O objetivo é fazer com que esse índice chegue a 0,8 quilo de carbono equivalente por litro, nível que já se registrou em experimentos que seguiram as melhores práticas ambientais.
“A gente sabe que depois disso temos espaço para continuar reduzindo cada vez mais as emissões, até chegar a zero, mas esta é uma jornada de longo prazo”, reconhece Neto.
O projeto com os produtores de leite é parte dos esforços da empresa para reduzir sua pegada ambiental, compromisso que a Alvoar assumiu após captar, em novembro do ano passado, US$ 30 milhões da International Finance Corporation (IFC), braço corporativo do Banco Mundial. À época, a empresa informou que destinaria parte dos recursos a investimentos em programas de sustentabilidade ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês).
“O mercado está cada vez mais exigente com isso [sustentabilidade], e as pessoas têm buscado saber a origem dos alimentos que consomem e seu impacto ambiental e social. Então, de fato, é um mundo novo, para o qual temos que nos preparar. Mas esta não é uma mudança rápida e nem simples de se fazer, é uma mudança que vai se construindo em longo prazo”, acrescentou.
Foto: Globo Rural
Fonte: Globo Rural