Embora os produtores de carne bovina deem grande importância à facilidade de parto e ao nascimento saudável de bezerros, esses aspectos frequentemente ficam em segundo plano em relação à produção de leite e outros atributos mais valorizados na indústria de laticínios.
Isso é lamentável, argumentam pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas da Universidade Estadual do Colorado (CSU). Principalmente porque a distocia — parto dificultoso ou com atraso — é prejudicial à capacidade da fêmea de produzir leite e gordura láctea, especialmente nos primeiros 30 dias de lactação. Outros impactos negativos incluem o aumento da taxa de doenças e mortes em bezerros, a diminuição da fertilidade da fêmea e o aumento de infecções, doenças e problemas de parto futuros para a mãe.
Em um documento abrangente sobre partos e cuidados com bezerros em fazendas leiteiras, os pesquisadores da CSU citaram dados de operações leiteiras nos EUA ao longo de um ano, indicando que 18% das novilhas filhas de vacas de todas as paridades precisaram de assistência, enquanto 32% das novilhas de primeira cria necessitaram de ajuda. Um estudo mais local em fazendas leiteiras do Colorado mostrou taxas gerais de distocia de 30-40%, com taxas superiores a 50% para novilhas de primeira cria. Em contraste, um estudo sobre operações de carne bovina nos EUA mostrou uma taxa de distocia de 3% para vacas de segunda cria ou mais e de 17% para novilhas de corte.
Diversos fatores podem causar distocia, incluindo bezerros grandes, apresentação inadequada do feto, deformidade fetal, fêmeas com escore de condição corporal excessivo e contrações uterinas fracas devido à febre do leite (problema incomum em novilhas). Como as novilhas ainda estão em crescimento, sua estrutura pélvica é menor que a de uma vaca adulta. Os tecidos do canal de parto (cérvix, vagina e vulva) também nunca foram dilatados. O excesso de gordura ao redor da pelve também pode estreitar o canal de parto, o que torna essencial o manejo da condição corporal das novilhas.
Frequentemente, dilatar manualmente a vagina e a vulva é suficiente para ajudar as novilhas de primeira cria. Em um guia visual sobre assistência ao parto, pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia observam que as novilhas podem levar naturalmente um pouco mais de tempo para parir. Eles recomendam intervir depois que as novilhas estiverem em trabalho de parto ativo com os pés do bezerro visíveis por 60 a 90 minutos, em comparação com 30 a 60 minutos para vacas de mais paridades.
Os pesquisadores da CSU recomendam prevenir a distocia através de uma seleção cuidadosa do touro ao acasalar novilhas e do manejo nutricional para evitar que as novilhas engordem demais. Treinar o pessoal para auxiliar em partos difíceis também é importante, assim como a observação cuidadosa para que a assistência seja prestada no momento certo.
As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.
Fonte: Reprodução do site da MILKPOINT.
