A onda de calor que começou a influenciar o Brasil esta semana vai se prolongar até o fim do verão, segundo informações da Climatempo. O outono começa oficialmente no dia de 20 de março, às 00h06, e se estende até às 17h51 do dia 20 de junho, pelo horário de Brasília. 

 

Ondas de calor se originam em bloqueios atmosféricos causados por grandes sistemas de alta pressão. Atualmente, o centro do sistema está sobre o norte da Argentina e o Paraguai, afetando também partes de Mato Grosso do Sul e do Paraná.
“Isso pode trazer algum prejuízo para a safra de soja da Argentina, algo para ficar de olho nesta semana”, disse, em vídeo, Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista e sócio diretor da Rural Clima. 

 

Até sexta-feira (15/3), as áreas que terão a maior elevação de temperatura serão o oeste e o sul de Mato Grosso do Sul e a porção oeste dos Estados da região Sul. Temperaturas de 37°C a 40°C já estão ocorrendo e ainda devem ser observadas até o fim da semana nestas áreas. Em outras localidades da região Sul e dos Estados de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, temperaturas de 33°C a 36°C serão frequentes.

 

Nas regiões em laranja nos mapas, as temperaturas devem permanecer entre 3 °C e 5 °C acima da média ao longo do período; nas áreas em vermelho, as temperaturas ficam pelo menos 5°C acima da média. A Climatempo adota metodologia diferente da do Instituto Nacional de Meteorologia.

 

O forte centro de alta pressão atmosférica que está sobre o Sul do Brasil vai se mover gradualmente em direção a São Paulo, Minas Gerais e Rio De Janeiro. No fim de semana e no começo da próxima semana, nos últimos dias do verão 2024, este centro de alta pressão ficará sobre a região Sudeste.

O “segundo tempo” desta onda de calor está sendo previsto pela Climatempo entre 16 e 20 de março. Com a migração do centro de alta pressão para o Sudeste, as temperaturas devem ficar mais elevadas especialmente no Sudeste e Centro-Oeste, enquanto a região Sul volta a ter pancadas de chuva, mesmo com calor intenso.

 

Segundo Marco Antonio dos Santos, deve voltar a chover relativamente bem depois do dia 20 de março, quando começa o outono. No entanto, o agrometeorologista alerta que os modelos climáticos apontam para chuvas mais irregulares na região central do Brasil a partir da segunda quinzena de abril, o que pode afetar a safrinha de milho. 

 

“Tem muito milho que foi semeado depois do dia 20 de fevereiro, e essas condições podem, realmente, trazer problemas para as lavouras”, afirma. 

 

É um estagnação do movimento normal do ar causada por uma alta pressão atmosférica que fica parada, ou quase parada em uma mesma posição, por pelo menos cinco dias seguidos ou até semanas consecutivas.

Altas pressões atmosféricas são regiões onde a pressão do ar está maior do que em redor. Bloqueios atmosféricos podem ocorrer em qualquer época do ano e gerar ondas de calor até mesmo no inverno. Porém, quando ocorrem nos períodos naturalmente mais quentes do ano, que são a primavera e o verão, nos dois hemisférios, temos um somatório de ar quente.

 

Nas regiões de alta pressão atmosférica, o ar seca (por causa da subsidência, movimento de cima para baixo) e por isso, vinculadas a pouca nebulosidade e tempo firme. Massas de ar frio e ondas de calor são associadas a altas pressões. Aqueles dias gelados e com céu azul de inverno, sem vento, são típicos da presença de uma alta pressão de origem polar. Dias ensolarados, quentes e secos são típicos de onda de calor. 

 

Onda ou bolha de calor é uma sequência de dias ou até semanas, onde as temperaturas em uma região relativamente ampla ficam muito acima da média do que seria normal para uma determinada época.

A Organização Meteorológica Mundial considera uma onda de calor quando as temperaturas permanecem 5 °C acima da média e durante pelo menos cinco dias consecutivos. 

 

Ondas de calor são geradas por bloqueios atmosféricos. Uma alta pressão causa uma forte subsidência, que deixa o ar seco e a redução da umidade do ar inibe o crescimento das nuvens e diminui a chance de chover. Além disso, a alta pressão comprime o ar próximo da superfície, fazendo-o esquentar mais.

 
Fonte: Globo Rural