Boi gordo: após bater R$ 250/@, pecuaristas esperam mais altas no curto prazo

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Uma onda de otimismo tomou conta dos pecuaristas que negociam boi gordo neste período de entressafra de animais mantidos em sistemas extensivos a pasto.

Desde agosto/24, os preços da arroba seguem em trajetória ascendente, chegando neste início de setembro na tão esperada casa dos R$ 250/@ no mercado paulista, conforme dados apurados pelas consultorias ao longo desta semana.

“Com escalas mais enxutas, demanda firme (pela carne bovina) e oferta compassada (de animais terminados), os preços subiram Brasil afora, com a arroba do boi gordo chegando novamente aos R$ 250 em 2024”, destaca o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria.

E agora, será que tem espaço para a continuidade do movimento de alta no curtíssimo prazo, se mantendo assim também nos próximos meses do ano?

“Em curto prazo, esperamos manutenção ao movimento de alta para as cotações no mercado do boi gordo”, prevê Fabbri, acrescentando que, “se no mercado futuro o histórico do comportamento do contrato de setembro/24 se confirmar, há espaço para novas valorizações da arroba até o fim deste mês”.

Outras consultorias do setor também acreditam que, “sim”, os fundamentos atuais sugerem mais valorizações daqui para frente.

“Os preços do boi gordo mantiveram-se sustentados durante a semana, e os contratos futuros registraram novos avanços, impulsionados pelo sentimento de alta para a arroba nos últimos meses do ano”, relatam os analistas da S&P Global Commodity Insights.

Segundo a consultoria, a demanda das indústrias frigoríficas brasileiras permanece firme e especulativa, especialmente no planejamento das escalas de abate para a segunda quinzena de setembro.

As condições climáticas também contribuíram para o cenário atual, diz a S&P Global. “Com o tempo seco predominando nas principais regiões produtoras, as escalas de abate permaneceram curtas, com uma média de cinco a sete dias”, acrescenta a consultoria.

No setor de exportações, o mercado brasileiro de carne bovina in natura registrou um novo recorde para o mês de agosto/24, impulsionado pela forte demanda externa. A China foi o principal destino da carne brasileira, seguida pelos Estados Unidos.

“A perspectiva é de que as exportações continuem aquecidas e que a demanda pelo boi gordo no mercado interno se fortaleça durante a primeira quinzena do mês, mantendo as cotações firmes”, acreditam os analistas da S&P Global.

A Agrifatto, que também acompanha diariamente o mercado do boi, diz que o segmento enfrenta atualmente uma severa restrição de oferta de animais gordos.

“Apenas os frigoríficos com contratos de parceria com pecuaristas conseguem manter suas operações de forma mais confortável”, observa a Agrifatto, que acrescenta: “Isso tem gerado uma forte pressão de alta nos preços da arroba em todos os Estados, destacando a dificuldade dos frigoríficos em alongar suas escalas para além de sete abates, em âmbito nacional”.

Fechamento da semana

Nesta sexta-feira (6/9), pelos dados da Agrifatto, o boi gordo em São Paulo permaneceu estável, em R$ 250/@ (média de preço entre o animal “comum” e o “boi-China”. Nas outras 16 regiões cobertas pela consultoria, a média subiu para R$ 232,50/@ (veja cotações ao final deste texto).

“Apenas uma das 17 praças acompanhadas registrou alta na arroba (Bahia); as outras 16 não apresentaram variação nas cotações”, informa a Agrifatto.

Pelos dados da Scot Consultoria, no mercado paulista, nada mudou nesta sexta-feira.

“A primeira semana do mês encerrou com estabilidade nos preços na comparação diária, com alguns frigoríficos de São Paulo fora das compras e de olho no desempenho do escoamento de carne no fim de semana do feriado de Independência”, relatam os analistas da Scot.

Com isso, o boi gordo paulista está sendo negociado em R$ 245/@, a vaca em R$ 220/@, a novilha em R$ 235/@ e o “boi-China” em R$ 250/@ (preços brutos, a prazo).

No mercado futuro, a onda de otimismo perdeu força – pelo menos momentaneamente –, e todos os contratos futuros registraram queda no pregão de quinta-feira (5/9). O destaque foi o contrato para outubro/24, que fechou cotado em R$ 256/@, com baixa de 0,51% em relação ao dia anterior.

Ponta final

No atacado de São Paulo, a oferta de carne com osso permaneceu reduzida, especialmente após a metade da semana, o que gerou uma expectativa positiva para reposição de estoques, destaca a Agrifatto.

“A procura de distribuidores e compradores foi intensa para completar estoques visando o final de semana, característico da primeira semana do mês, que geralmente apresenta maior atividade no mercado”, diz a consultoria.

Os preços da carne desossada e de cortes como dianteiro e ponta de agulha mostraram firmeza, com tendência de alta, refletindo a constante demanda no atacado e no varejo.

Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto nesta sexta-feira (6/9):

São Paulo — O “boi comum” vale R$245,00 a arroba. O “boi China”, R$255,00. Média de R$250,00. Vaca a R$225,00. Novilha a R$235,00. Escalas de abates de dez dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China”, R$245,00. Média de R$240,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de sete dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$255,00 a arroba. O “boi China”, R$255,00. Média de R$255,00. Vaca a R$230,00. Novilha a R$235,00. Escalas de cinco dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$220,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de seis dias;

Pará — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de nove dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$245,00. Média de R$240,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de sete dias;

Rondônia — O boi vale R$205,00 a arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de nove dias;

Maranhão — O boi vale R$215,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de sete dias;

Paraná — O boi vale R$255,00 por arroba. Vaca a R$230,00. Novilha a R$235,00. Escalas de abate de cinco dias.

Boi gordo: após bater R$ 250/@, pecuaristas esperam mais altas no curto prazoFoto: Divulgação Marcus Mesquita

Fonte: Portal DBO

09/09/2024

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