Boi gordo: mercado começa a semana calmo, mas com viés de alta mantido

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Nesta segunda-feira (16/9), o mercado brasileiro do boi gordo continuou operando com oferta restrita de animais terminados e preços firmes – e ainda com viés de alta, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.

Atualmente, o volume de negócios é suficiente apenas para sustentar as programações dos frigoríficos em sete dias, em nível nacional, relata a Agrifatto.

“É esperado que, no curto prazo, continuem ocorrendo ajustes positivos moderados nos preços do animal terminado, mesmo com a habitual queda no consumo doméstico de carne bovina nas segundas quinzenas dos meses”, afirmam os analistas da consultoria, referindo-se à redução sazonal de renda dos trabalhadores brasileiros, devido ao maior esgotamento dos salários depositados no início de cada mês.

Nas próximas semanas, continua a Agrifatto, a atenção estará voltada para o desempenho crescente das exportações brasileiras de carne bovina in natura, que, ultimamente, têm levado à quebra de recordes mensais.

“A desvalorização do real tem beneficiado o faturamento das indústrias brasileiras exportadoras”, ressalta a Agrifatto.
Para este mês corrente, a consultoria prevê uma nova expansão mensal nos embarques da proteína nacional, com projeção de 225 mil toneladas enviadas ao mercado externo, o que resultaria em acréscimo de 3,47% sobre o resultado de agosto/24 e o maior volume da história para o mês de setembro.

“Além disso, esperamos que a valorização em reais da proteína brasileira se mantenha ao longo do mês”, acrescentam os analistas. Segundo a Agrifatto, neste mês, o preço em reais da carne bovina exportada atingiu o maior nível dos últimos 15 meses.

“Com o dólar médio em agosto/24 cotado a R$ 5,55 (o maior valor desde dezembro/21), o preço médio da carne exportada chegou a R$ 24.604/tonelada, um ligeiro aumento de 0,66% em relação ao valor de julho/24 e 11,16% superior ao registrado em agosto/23”, calcula a Agrifatto.

Nesta segunda-feira, em uma calmaria típica do primeiro dia da semana, o preço médio do boi gordo em São Paulo (média entre o animal “comum” e o “boi-China”) ficou em R$ 257,50/@, de acordo com a Agrifatto.

Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, a semana começou com os preços estáveis no mercado de São Paulo.

Segundo levantamento da Scot, as escalas de abate entre as indústrias do Estado de São Paulo seguem curtas, com uma média de cinco dias.
Dessa maneira, diz a Scot, o boi gordo “comum” segue valendo R$ 255/@ no mercado paulista, a vaca gorda está cotada em R$ 230/@, a novilha é vendida por R$ 245/@ e o “boi-China” está sendo negociado em R$ 260/@ (com ágio de R$ 5/@) – todos preços brutos, no prazo.

Balanço da última semana

O boi gordo seguiu firme durante a segunda semana de setembro/24. O Indicador CEPEA/B3 registrou sua máxima no dia 13/09, cotado a R$ 254/@, valor não registrado desde 02/01/2024, informa a Agrifatto.

“Com mais negócios saindo nos patamares de R$ 260/@, a tendência é de que o indicador Cepea termine esta semana acima dos R$ 257/@”, aposta a consultoria.

Na última semana, o otimismo se estendeu às negociações na B3, com o contrato de outubro/24 renovando a máxima e chegando a R$ 261,95/@ em 12/09, valor que não era visto desde 27/12/2023, ressalta a Agrifatto.

O pregão de sexta-feira encerrou com o vencimento para outubro/24 (o contrato com maior liquidez) cotado a R$ 260/@.

Porém, o maior destaque ficou para o contrato de janeiro/25, que registrou valorização de 1,72% e fechou a semana cotado a R$ 269/@.

No entanto, diz a Agrifatto, após a última terça-feira (10/09), houve uma maior acomodação nos preços, sugerindo um mercado mais “estudado” por parte dos players, em contraste com as duas semanas anteriores, quando se observava um fluxo comprador mais “agressivo”, rompendo máximas de preços diariamente.

Também se percebeu uma diminuição da volatilidade no comparativo semanal, com maior acomodação nos atuais patamares.

Desempenho das proteínas no atacado

Na semana passada, os preços das principais proteínas de origem animal subiram no atacado paulista, de acordo com dados da Agrifatto.

A carcaça casada bovina registrou um aumento de 2,48% sobre a semana anterior, fechando a sexta-feira com preço médio de R$ 17,04/kg. Todos os cortes bovinos indicaram valorização, com destaque para foi o traseiro, que registrou uma alta de 3,27% no comparativo semanal, e ficou cotado em média a R$ 19,87/kg.

Por sua vez, a ponta de agulha registrou um incremento de 2,72% e situou-se em R$ 14,46/kg.

Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na segunda-feira (16/9):

São Paulo — O “boi comum” vale R$255,00 a arroba. O “boi China”, R$260,00. Média de R$257,50. Vaca a R$230,00. Novilha a R$245,00. Escalas de abates de dez dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$245,00 a arroba. O “boi China”, R$250,00. Média de R$247,50. Vaca a R$225,00. Novilha a R$235,00. Escalas de abate de seis dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$265,00 a arroba. O “boi China”,R$265,00. Média de R$265,00. Vaca a R$240,00. Novilha a R$245,00. Escalas de seis dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$220,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de sete dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$230,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$235,00. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de seis dias;

Pará — O “boi comum” vale R$230,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$235,00. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de sete dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$245,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$250,00. Média de R$247,50. Vaca a R$225,00. Novilha a R$235,00. Escalas de abate de sete dias;

Rondônia — O boi vale R$215,00 a arroba. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias; Maranhão — O boi vale R$220,00 por arroba. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de sete dias;

Paraná — O boi vale R$260,00 por arroba. Vaca a R$240,00. Novilha a R$245,00. Escalas de abate de cinco dias.

Boi gordo: mercado começa a semana calmo, mas com viés de alta mantidoFoto: Divulgação Pixabay

Fonte: Portal DBO

17/09/2024

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