Boi gordo sobe lentamente, sem chance para viés de baixa

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Mesmo com uma leve redução nas exportações brasileiras de carne bovina na última segunda e o fraco desempenho do mercado varejista doméstico na segunda quinzena de agosto, a oferta restrita de boi gordo tem garantido cotações firmes para a arroba, com leve tendência de alta, relata a Agrifatto.

Segundo dados apurados pela consultoria, na terça-feira (20), 5 das 17 regiões monitoradas registraram valorizações nos preços do boi gordo – SP, MA, MS, PR e TO.

As outras 12 praças mantiveram suas cotações estáveis. Nesta quarta-feira (21), diz a Agrifatto, o quadro foi de estabilidade nas principais praças do País.

Dessa maneira, o preço médio da arroba do boi gordo em São Paulo permaneceu em R$ 240 (média entre o animal “comum” e o “boi-China”). Nas demais regiões, a média ficou em R$ 222/@. “Todas as 17 praças mantiveram suas cotações estáveis”, ressalta a Agrifatto.

De acordo com apuração da Scot, após a alta de ontem, o mercado de São Paulo abriu a quarta-feira estável. “Apesar disso, é observado uma pressão de alta, em razão da redução da oferta de boiadas que chegam nas indústrias”, observa a Scot.

Outro indicador dessa pressão é a redução das escalas de abate dos frigoríficos paulistas, que, em julho, eram maiores que 10 dias, e hoje a média está em oito dias.

Pelos dados da Scot, o boi gordo segue apregoado em R$ 235/@ no mercado de SP, a vaca em R$ 210/@ e a novilha em R$ 225/@. O “boi-China” está sendo comercializado a R$ 237/@, com ágio de R$ 2/@ sobre o animal “comum”.

No mercado futuro, as oscilações foram mistas na terça-feira (20/8). O contrato com vencimento em outubro/24 foi negociado a R$ 241,85, com desvalorização de 0,70% em relação ao dia anterior.

Atacado/Varejo

Nos primeiros três dias desta semana, tanto as vendas no varejo quanto as distribuições de carne bovina do atacado foram muito fracas, com pedidos de reposição de estoques quase inexistentes, relata a Agrifatto. “Isso levou a um acúmulo significativo de mercadorias nos pontos de distribuição, sem previsão de descarregamento”, informa a consultoria.

Nesta quarta-feira (21/8), a oferta de proteína bovina é alta, mas a demanda é quase nula, acrescenta a Agrifatto. “Mercadorias remanescentes da semana passada continuam disponíveis para venda e entrega ainda dentro desta semana”, dizem os analistas.

Segundo a Agrifatto, para liberar espaço nas câmaras frias, muitos frigoríficos estão embarcando e enviando mercadorias sem destino ou venda definidas. Em relação ao desempenho por produto, as carcaças, especialmente as de boi castrado, têm apresentado certa frouxidão.

No entanto, dianteiros e ponta de agulha, que estavam com baixa liquidez, mostraram uma ligeira melhora, indicando demanda razoável, relata a Agrifatto.

“Esses fatores sugerem que o mercado de carne, tanto com osso quanto sem osso, perdeu força e deve permanecer assim até o final do mês”, reforçam os analistas.

Atualmente, o foco está nas negociações semanais para abastecer o mercado varejista nos últimos dias de agosto. “Muitos distribuidores costumam antecipar suas compras para quarta-feira, mas a maioria prefere realizá-las na quinta-feira, que é o dia de fechamento”, explica a Agrifatto.

Porém, continua a consultoria, esta semana apresenta um cenário diferente. “Com câmaras frias lotadas e mercadorias aguardando descarga, é provável que as transações com o setor atacadista, com exceção da indústria de processamento de carne desossada, sejam coletivamente adiadas para amanhã”, dizem os analistas.

Essa concentração de negócios em um único dia aumenta a incerteza e pode reduzir o volume de compras, resultando em uma movimentação semanal inconsistente com possível sobra de mercadorias, como ocorreu na semana passada, afirma a consultoria.

Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na última terça-feira (20/8):

São Paulo — O “boi comum” vale R$240,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$240,00. Vaca a R$215,00. Novilha a R$225,00. Escalas de abates de onze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$227,50. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de nove dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$240,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$240,00. Vaca a R$215,00. Novilha a R$225,00. Escalas de seis dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$212,50. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$217,50. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de treze dias;

Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de treze dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$230,00. Média de R$227,50. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de oito dias;

Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00 185,00. Escalas de abate de treze dias;

Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias;

Paraná — O boi vale R$240,00 por arroba. Vaca a R$215,00. Novilha a R$225,00. Escalas de abate de seis dias.

Boi gordo sobe lentamente, sem chance para viés de baixaFoto: Freepik

Fonte: Portal DBO

22/08/2024

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