Abaixo, alguns trechos das análises mensais:
AÇÚCAR: Os preços médios do açúcar cristal branco negociados no mercado spot de São Paulo subiram com força em setembro, mesmo em meio à boa evolução da safra 2023/24 e com a maior produção de açúcar. A alta dos preços domésticos foi sustentada principalmente pelos patamares elevados do açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o que aumentou a vantagem das vendas externas do produto, segundo cálculos do Cepea sobre as paridades de mercado. Esse cenário fez com que usinas paulistas direcionassem um maior volume do cristal para as exportações, em especial o tipo Icumsa 150, reduzindo, assim, a oferta para as vendas internas.
ALGODÃO: Os preços do algodão em pluma avançaram em setembro. O suporte veio das valorizações internacionais, do bom ritmo de exportação e, sobretudo, do fato de agentes estarem focados no cumprimento de contratos a termo aos mercados doméstico e externo. Esse cenário deixou vendedores firmes em suas posições, ao mesmo tempo em que algumas tradings precisaram elevar os valores para comprar novoslotes, principalmente nos últimos dias de setembro.
ARROZ: As chuvas intensas registradas no Rio Grande do Sul em setembro interromperam os trabalhos de preparação do solo e da semeadura da nova safra de arroz, causando necessidade pontual de replantio. De acordo com colaboradores do Cepea, além do impacto no campo, as chuvas dificultaram o transporte do cereal, limitando as negociações.
BOI: Os preços do boi gordo apresentaram forte reação em setembro, impulsionados pela baixa oferta de animais para abate. No acumulado do mês, o Indicador CEPEA/B3 (estado de São Paulo) avançou expressivos 18,2%, encerrando a R$ 236,15 no dia 29 – vale lembrar que, em agosto, o Indicador havia acumulado forte baixa, também de 18%.
CAFÉ: O mês de setembro foi marcado pela liquidez bastante limitada no mercado cafeeiro nacional. Esse cenário esteve atrelado à redução significativa nos preços dos cafés ao longo do período, observada principalmente para o arábica. Diante desse cenário, os valores de negociação foram considerados insatisfatórios pelos produtores, que acabaram se afastando do spot nacional, mantendo o ritmo de comercialização bem lento.
ETANOL: No segundo trimestre da atual safra 2023/24 (julho, agosto e setembro), as médias dos Indicadores mensais CEPEA/ESALQ dos etanóis anidro e hidratado no estado de São Paulo fecharam abaixo das registradas no trimestre anterior. No caso do etanol anidro, considerando-se os negócios no mercado spot e também de contrato, a média do último trimestre foi de R$ 2,523/litro, contra R$ 2,9948/litro entre abril e junho deste ano, recuo de 15,8%, em termos reais (IGP-M de setembro). Para o etanol hidratado, a média dos Indicadores mensais – somente mercado spot – foi de R$ 2,1693/litro no último trimestre, baixa de fortes 17% no mesmo comparativo.
FRANGO: Os preços da carne de frango subiram com força de agosto para setembro, impulsionados pela demanda aquecida – especialmente na primeira quinzena do último mês –, pelo ajuste na produção de animais e pela consequente redução da oferta da proteína no mercado brasileiro. O frango inteiro resfriado comercializado no atacado do estado de São Paulo se valorizou 11% de agosto para setembro, comercializado na média de R$ 7,04/kg no último mês
MILHO: Os preços do milho voltaram a reagir em setembro na maior parte das praças acompanhadas pelo Cepea. O suporte veio do ritmo aquecido das exportações do cereal e da alta das cotações nos portos, diante das valorizações externa (em parte do mês) e do dólar. Nem mesmo a colheita da segunda safra – praticamente finalizada no Brasil – e a consequente maior oferta limitaram os avanços. As altas só não foram mais intensas por causa da menor demanda interna na primeira quinzena do mês, quando consumidores adquiriram milho apenas de forma pontual, pois parte deles ainda tinha o produto estocado.
OVINOS: Os preços do cordeiro vivo registraram variações distintas dentre as praças acompanhadas pelo Cepea ao longo de setembro. Enquanto algumas regiões apresentaram altas nas cotações do animal, outras registraram quedas. No Rio Grande do Sul, o quilo do animal vivo passou de R$ 7,70 em agosto para R$ 8,46 em setembro, alta de 9,9% no período – a valorização mais intensa dentre as regiões analisadas.
SOJA: Os preços da soja caíram no mercado brasileiro em setembro. A queda esteve atrelada à desvalorização externa e ao elevado remanescente da safra 2023/24 no Brasil. Mas, vale lembrar que, embora a semeadura de soja no País tenha se iniciado com rapidez e otimismo, chuvas irregulares, sobretudo em regiões do Centro-Oeste e do Sudeste, desaceleraram as atividades de campo.
TRIGO: Com a colheita nacional avançando, as atenções do setor seguiram voltadas ao campo em setembro. No Rio Grande do Sul, agentes relataram que as chuvas prejudicaram a qualidade das lavouras e devem reduzir a produtividade em algumas regiões. Há preocupações também quanto à incidência de doenças, tendo em vista as elevadas temperaturas e umidade. A colheita de trigo foi iniciada no Rio Grande do Sul, estado que, vale lembrar, colheu a maior parte da produção nacional em 2022. No Paraná, o segundo maior estado produtor do País, a colheita deve ser menor que o estimado inicialmente, devido à alta incidência de doenças nas lavouras do estado, o que, por sua vez, se deve às temperaturas mais elevadas no inverno.
Confina aqui na integra os agromensais
Fonte: Cepea/Esalq