O confinamento bovino no Brasil tem evoluído significativamente, tanto em termos de perfil dos animais quanto na composição da dieta. Segundo Mário de Beni Arrigoni, professor da Unesp de Botucatu, mestre em Nutrição Animal e Pastagem, e doutor em Zootecnia, os pecuaristas estão sendo desafiados a manter um bom desempenho dos lotes, adaptando-se a novos métodos de terminação intensiva. Assista ao vídeo abaixo e confira a conversa na íntegra.

Esses avanços exigem técnicas específicas para garantir margens de lucro adequadas e evitar prejuízos no confinamento este ano.

Eficiência biológica e econômica no confinamento

Arrigoni destaca que o sucesso no confinamento depende de duas eficiências: biológica e econômica.

“O confinamento é um negócio que mexe com duas eficiências: a eficiência de saber negociar bem e a eficiência biológica do animal.” Mário de Beni Arrigoni

A eficiência biológica está relacionada ao manejo adequado dos animais, adaptação a novas dietas e maximização do ganho de peso.

Dieta e adaptação dos animais

A adaptação dos animais ao confinamento é um dos pontos mais críticos.

“A adaptação deve ser gradual, especialmente quando se começa a incluir mais amido na dieta, como o milho.” Mário de Beni Arrigoni

A fermentação no rúmen, alterada por dietas mais concentradas, precisa ser introduzida aos poucos para evitar problemas digestivos e garantir que os animais aproveitem os nutrientes de maneira eficiente.

Estratégias para minimizar custos e maximizar resultados

Planejamento e ajuste constante são fundamentais para o sucesso no confinamento.

Arrigoni destaca que os pecuaristas precisam estar atentos aos ingredientes utilizados nas dietas, que variam significativamente entre regiões.

Co-produtos como a polpa cítrica e o DDG (grãos secos de destilaria) são exemplos de ingredientes que podem ser usados estrategicamente para reduzir custos e aumentar a eficiência alimentar.

Tecnologias e ferramentas modernas para pecuária intensiva

O uso de tecnologias modernas, como o ultrassom de carcaça, permite uma avaliação mais precisa da composição corporal dos animais, ajudando a ajustar a dieta e otimizar o ganho de peso.

“Ferramentas sofisticadas, mas acessíveis, como o ultrassom de carcaça, são essenciais para um planejamento nutricional estratégico.” Mário de Beni Arrigoni

Planejar e adaptar as estratégias do confinamento

Por fim, Arrigoni enfatiza a importância de se planejar e adaptar constantemente as estratégias de confinamento para lidar com a volatilidade dos custos e os desafios específicos de cada safra.

“A intensificação na terminação é uma tendência irreversível, e os produtores precisam ajustar suas práticas para garantir a sustentabilidade e a lucratividade do negócio.” Mário de Beni Arrigoni

^{Foto: Divulgação Giro do Boi}

Fonte: Giro do Boi