O mercado do boi gordo contou com valorização de 5,26% para o valor da arroba do animal no mês de dezembro segundo o indicador Cepea/B3, em um ano marcado pela oferta elevada de animais em função do ciclo positivo do gado no Brasil.
Segundo Hyberville Neto, diretor da HN Agro, o mês de janeiro é tradicionalmente um período de consumo mais calmo, principalmente na comparação com dezembro, que é um mês forte.
No entanto, paralelamente, as primeiras semanas do ano também não costumam ser de oferta grande de gado, com os pecuaristas voltando gradativamente aos negócios.
“Historicamente não temos grandes mudanças de preços do boi gordo entre dezembro e janeiro, com variação média de +0,4% desde 2010. As exceções, com movimentações mais contundentes, ocorreram entre 2020 (-8,9%), passando por 2021 (+8,6%) e 2022 (+5,5%). Em janeiro de 2023 houve recuo de 2,1%, frente a dezembro de 2022”, discorre.
Neto explica que em virtude do atraso das chuvas em decorrência do El Niño, que deve permanecer ativo nos próximos meses, a chegada de um volume maior de boiadas de pasto deve atrasar, o que colabora com as maiores cotações nesse início de 2024.
Outro ponto é que, em decorrência da relação de troca da arroba com o milho historicamente atrativa na primeira metade de 2023 (melhor patamar desde 2017), tivemos um volume maior de gado em sistemas mais intensivos, como o semiconfinamento, o que colaborou com a grande oferta, cujo pico foi em agosto, com o maior volume mensal de abates já registrado.
“Com isso, parte do gado que sairia nesta safra, se não fosse suplementado, já foi abatido, o que pode colaborar com uma pressão menor de oferta no curto prazo. Em resumo, esperamos preços sustentados neste início de 2024, sempre de olho nas cotações do bezerro e como elas podem, ou não, animar o criador, que tiraria fêmeas do gancho e colaboraria com as cotações”, comenta.
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Fonte: MoneyTimes