Abaixo, alguns trechos das análises mensais:
AÇÚCAR: No início de julho, agentes de usinas procuraram manter os valores de suas ofertas para o açúcar cristal branco no mercado spot de São Paulo, já que a demanda se mostrou um pouco mais aquecida. Ao longo do mês, a movimentação no spot esteve fraca, e, apesar de a venda do açúcar ao mercado externo ter sido mais atrativa para as usinas e de a oferta doméstica estar mais restrita – especialmente no caso do cristal de melhor qualidade, o Icumsa 150 –, a baixa demanda interna foi responsável por pressionar os valores da saca de 50 kg.
ALGODÃO: Os preços do algodão em pluma estiveram predominantemente em alta ao longo de julho. A média do mês é a maior desde mar/24, em termos reais (IGP-DI de junho/24). De modo geral, o suporte dos altos patamares vem da oferta ainda restrita no spot nacional, reforçada pela posição firme de grande parte dos vendedores, que seguem focados no cumprimento dos contratos a termo para o mercado interno e para exportação, principalmente.
ARROZ: Em julho, os preços do arroz em casca subiram pelo quarto mês consecutivo, mantendo o movimento de recuperação e amenizando a queda anual acumulada para 7,3%, em termos nominais. O impulso veio sobretudo do maior interesse comprador de tradings com destino à exportação, combinado à elevação do dólar. A disputa pelo produto também favoreceu ajustes nos valores de ofertas de compra para atrair vendedores, principalmente para o arroz depositado.
BOI: A renda do brasileiro tem crescido e, com isso, também as perspectivas de aumento do consumo de carne bovina. Segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), neste ano, o consumo dessa carne no Brasil pode superar em 4% o do ano passado, puxado pelo aumento da renda real e pela elevação da oferta doméstica.
CAFÉ: Julho se encerrou com a média de preços do café arábica mais alta, em termos reais (valores corrigidos pelo IGP-DI – junho/24), desde fevereiro de 2022. No mês, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 1.419,72/saca de 60 kg, 5,22% superior à de junho/24 e expressivos 73,2% acima da verificada no mesmo mês de 2023.
ETANOL: Até meados de julho, o ritmo de compras de etanol por parte de distribuidoras se manteve desacelerado. Alguns compradores consultados pelo Cepea indicaram que o período de férias escolares, o que diminui o fluxo dos automóveis, reduziu a necessidade de novas aquisições.
FRANGO: Os preços da carne de frango encerraram julho com movimentos distintos dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea. Enquanto o típico aumento da demanda no início do mês (com o recebimento dos salários) e a oferta mais limitada sustentaram as médias mensais em algumas praças, em outras, a queda na procura, devido ao período de férias escolares, e a consequente baixa liquidez pressionaram as cotações.
MILHO: Os preços do milho iniciaram julho em queda no mercado brasileiro, refletindo a maior oferta de segunda safra com o avanço da colheita. Além disso, compradores se mantinham afastados do spot, à espera de baixas ainda mais intensas e recebendo apenas os lotes negociados antecipadamente. Já no final do mês, as cotações voltaram a se recuperar, influenciadas pela retração de vendedores, atentos à valorização do dólar frente ao Real, cenário que aumentou a paridade de exportação e elevou o interesse de negócios nos portos.
OVINOS: Os preços médios do cordeiro vivo avançaram em julho em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. A valorização esteve atrelada ao aquecimento na demanda por novos lotes de animais para abate por parte da indústria. Além disso, a oferta de cordeiros esteve mais limitada no mês, devido ao período da entressafra da atividade.
SOJA: Os preços e os prêmios de exportação do óleo de soja subiram no Brasil em julho, impulsionados pela maior demanda, sobretudo de indústrias domésticas de biodiesel. O maior interesse comprador tende a absorver parcela da produção doméstica de óleo de soja nesta temporada, reduzindo o excedente exportável.
TRIGO: Os preços do trigo subiram fortemente em julho no mercado brasileiro, impulsionados pela demanda crescente pelo produto de qualidade superior, combinada aos estoques limitados neste período de entressafra. Além disso, há preocupações com as condições climáticas para a temporada em andamento.
Foto: Divulgação
Fonte: Canal Rural