Abaixo, alguns trechos das análises mensais:
AÇÚCAR: Os preços médios do açúcar cristal branco encerraram maio em queda no mercado spot do estado de São Paulo. Com a colheita e a moagem da cana-de-açúcar na safra 2024/25 avançando sem interrupções, algumas usinas tiveram maior disponibilidade de açúcar para pronta-entrega. Diante da pressão exercida por compradores por volumes maiores a preços mais baixos, as usinas cederam nos valores, em especial para o cristal tipo Icumsa 180.
ALGODÃO: Os preços internos do algodão em pluma caíram ao longo de maio, com a média mensal registrando o menor nível em quase quatro anos. Além das quedas externas, a pressão veio da maior flexibilidade de vendedores domésticos, visando à liquidação do saldo remanescente da temporada 2022/23.
ARROZ: O mês de maio foi marcado por um cenário desafiador no mercado de arroz, especialmente no Rio Grande do Sul, o principal produtor brasileiro do cereal, que enfrentou uma das maiores tragédias climáticas da história. As fortes chuvas e inundações dificultaram a logística de escoamento, deixando agentes preocupados e adiando novas negociações.
BOI: A chegado do frio e a escassez de chuvas na maioria das regiões pecuárias acentuaram a oferta de animais para abate em maio, período considerado de final de safra do boi. No acumulado do mês, o Indicador do Boi Gordo CEPEA/B3 (estado de São Paulo) recuou 3,58%, encerrando a R$ 221,15 no dia 31 de maio.
CAFÉ: As cotações do café arábica registraram forte oscilação em maio, mas as altas prevaleceram. A sustentação aos valores internos, observada sobretudo na segunda quinzena do mês, veio da possibilidade de menor oferta global do grão – há preocupações com o desenvolvimento da safra de robusta no Vietnã.
ETANOL: As vendas de etanol hidratado no segmento produtor do estado de São Paulo seguiram aquecidas em maio pelo terceiro mês consecutivo – ressalta-se que o volume registrado vem se mantendo elevado desde dezembro do ano passado. A boa vantagem comparativa do etanol nas bombas frente ao combustível fóssil tem consolidado tal performance. Apesar da demanda aquecida, os valores do biocombustível caíram em maio, pressionados pela produção de etanol a todo vapor nas usinas ao longo do mês.
FRANGO: A demanda por carne de frango esteve enfraquecida ao longo de maio, reagindo pontualmente apenas na semana que antecedeu o Dia das Mães. Com a baixa liquidez predominando, os preços de quase todos os produtos de origem avícola acompanhados pelo Cepea caíram em relação a abril.
MILHO: As colheitas da primeira e segunda safras de milho avançaram na maior parte das regiões brasileiras durante o mês de maio. No entanto, a oferta do cereal esteve limitada no spot nacional, com produtores atentos aos possíveis impactos do clima quente e seco sobre as lavouras especialmente do Sul, Sudeste e de partes do Centro-Oeste.
OVINOS: As cotações do cordeiro vivo registraram movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea em maio. De acordo com agentes, as fortes chuvas no Rio Grande do Sul tiveram grande impacto na ovinocultura da região, como a redução significativa na oferta de animais, devido às inundações no campo, e problemas logísticos, em função do bloqueio de estradas e pontes.
SOJA: Os preços da soja subiram no mercado brasileiro em maio, impulsionados pela valorização externa, pela alta nos prêmios de exportação e pela taxa cambial (R$/US$). Com isso, os valores de negociação nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), principais canais de exportação da oleaginosa do Brasil, atingiram os maiores patamares do ano.
TRIGO: Sazonalmente, os preços do trigo tendem a se manter firmes no Brasil no segundo trimestre de cada ano, sustentados pelos menores estoques. Em 2024, além da menor disponibilidade doméstica, os valores do cereal estão sendo influenciados também pelo ambiente externo – os estoques mundiais da safra 2024/25 tendem a cair pelo terceiro ano consecutivo.
Foto: Cepea
Fonte: Cepea