O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, disponibiliza hoje as agromensais de novembro de 2023.
Abaixo, alguns trechos das análises mensais:
AÇÚCAR: Os preços médios do açúcar cristal branco praticados no mercado spot do estado de São Paulo se enfraqueceram ao longo de novembro. Na maior parte do mês, a demanda no mercado doméstico não mostrou sinais de aquecimento, o que fez com que algumas usinas baixassem os valores da saca, em especial para o cristal tipo Icumsa 180. Já para o tipo de melhor qualidade, o cristal Icumsa 150, os preços seguiram firmes, uma vez que as exportações continuam aquecidas. Apesar da queda, os valores em novembro ainda operaram acima dos praticados no mesmo período do ano passado.
ALGODÃO: Os preços do algodão em pluma caíram nos mercados interno e externo em novembro, influenciados sobretudo por expectativas de oferta global acima da demanda na atual temporada Além disso, no Brasil, as quedas estão atreladas à flexibilidade de alguns vendedores, especialmente daqueles que têm o intuito de fazer caixa e/ou de liquidar lotes com qualidade inferior.
ARROZ: Preocupações relacionadas aos baixos estoques atuais, a boa demanda externa e dificuldades enfrentadas na semeadura no Rio Grande do Sul, devido às chuvas intensas, mantiveram os preços do arroz em casca em alta ao longo de novembro. Assim, o Indicador CEPEA/IRGA-RS atingiu a casa dos R$ 120 por saca de 50 kg no encerramento do mês, recorde nominal da série de histórica do Cepea, iniciada em julho de 2005. Ressalta-se que, no campo, além de o clima atrapalhar a semeadura, a elevada umidade prejudicou a germinação e o desenvolvimento das lavouras já implantadas.
BOI: Os preços do boi gordo vêm oscilando ao longo de 2023, mas ainda operam em patamares abaixo dos verificados no ano anterior. Analisando-se a série mensal de 2023, todas as médias estão inferiores às verificadas nos respectivos meses de 2022, sendo a queda mais intensa, de 26%, a registrada em setembro (contra setembro/22), em termos reais (as médias foram deflacionadas pelo IGP-DI).
CAFÉ: Em novembro, agentes do setor cafeicultor brasileiro estiveram atentos e preocupados com os impactos do clima sobre as lavouras. Esse cenário, aliado aos menores estoques certificados da Bolsa de Nova York (ICE Futures), impulsionou os preços do café em novembro. Consequentemente, a liquidez no spot nacional esteve aquecida em alguns períodos do mês.
ETANOL: Período de entressafra para algumas unidades produtoras do estado de São Paulo, o mês de novembro se encerrou com os preços dos etanóis hidratado e anidro em queda. No início do mês, a expectativa de agentes era de certo crescimento da demanda pelo biocombustível, com fundamento vindo dos feriados ao longo de novembro.
FRANGO: Os valores dos produtos de origem avícola subiram na segunda quinzena de novembro, sobretudo na última semana do mês. Esse cenário garantiu que o preço médio mensal dos produtos superasse o registrado em outubro e avançasse pelo quarto mês consecutivo.
MILHO: Os preços do milho avançaram em novembro pelo terceiro mês consecutivo, impulsionados sobretudo pela retração de vendedores. Estes agentes estiveram atentos ao clima, que atrapalhou o avanço da semeadura da safra verão e que pode, consequentemente, resultar em cultivo do milho fora da janela considerada ideal. Além disso, as exportações aquecidas e consumidores domésticos, preocupados com o clima, mais ativos no spot também influenciaram os avanços no mês.
OVINOS: Assim como observado nos dois meses anteriores, os preços do cordeiro vivo apresentaram direções distintas dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea em novembro. Dos estados analisados, Bahia e Mato Grosso foram os que apresentaram quedas nas cotações. Na Bahia, o quilo do animal passou de R$ 21,25 em outubro para R$ 19,00/kg em novembro, recuo de 10,6% no período. Em Mato Grosso, a desvalorização foi de expressivos 38,2% de outubro para novembro, com a média a R$ 5,25/kg no último mês.
SOJA: A disputa por farelo de soja entre compradores domésticos e internacionais esteve mais acirrada em novembro. Consumidores domésticos mostraram necessidade de novas compras no spot nacional, em decorrência dos estoques reduzidos. Esse cenário atrelado à valorização externa do farelo – diante da maior demanda global – impulsionaram os preços domésticos do derivado.
TRIGO: A colheita de trigo está avançando no Brasil e se aproximando da finalização. Entretanto, grande parte do cereal que está sendo colhido no Sul, principal região produtora do País, apresenta baixa qualidade, devido ao elevado volume de chuvas. O clima desfavorável também deve reduzir a disponibilidade interna do produto. Com isso, as cotações seguiram em alta no Brasil em novembro.
Fonte: Cepea