A prova consiste na mensuração do consumo alimentar residual (CAR) e ganho de peso residual (GPR) de bovinos de corte em confinamento, a fim de comparar e identificar, dentro do mesmo sistema de produção, reprodutores com menor consumo alimentar e crescimento mais acelerado.
Conforme o analista da Embrapa Pecuária Sul, Álvaro Moraes, a eficiência alimentar é uma característica que pode ser medida do desmame até os dois anos de idade. “Avaliar animais mais jovens permite ter uma homogeneidade melhor dos lotes, ou seja, animais em crescimento não possuem disparidade significativa em relação aos sistemas produtivos das propriedades”, destaca o analista. “O protocolo é o mesmo dos animais adultos, a única diferença é que os animais jovens estão muito parecidos na curva de crescimento, o que beneficia a avaliação desses animais”, completa a assistente de fomento da Associação Brasileira de Angus e Ultrablack, Carolina Silveira
Moraes também ressalta que a iniciativa deve ser ampliada nos próximos anos, devido ao custo para a avaliação ser menor. Com isso, os produtores poderão enviar um número maior de animais para serem avaliados, ampliando a população de referência da raça para essa característica.
Durante a PEA, são utilizados dois parâmetros de aferição de eficiência alimentar, o CAR e o GPR. O CAR é uma característica definida como a diferença entre o consumo de alimento observado e o estimado em função do peso metabólico (PM) e do ganho médio diário (GMD). Portanto, os animais mais eficientes consomem menos alimentos que o estimado, apresentando valores negativos de CAR. O GPR é uma medida que permite comparar o GMD de animais em diferentes níveis de consumo, ou seja, leva em consideração a diferença entre o GMD observado e o estimado com base no consumo de matéria seca (CMS) e o peso metabólico (PM). Assim, animais que ganham peso acima do calculado são os desejados, com valores de GPR positivos.
Os indivíduos mais eficientes são aqueles com CAR negativo e GPR positivo. Para o cálculo do índice de classificação final (ICF) dos animais participantes da PEA leva-se em consideração 50% para cada característica. De acordo com os valores de ICF, os reprodutores são divididos e classificados em três grupos: Elite = animais com ICF maior que a média +1 desvio padrão; Superior = animais com ICF entre a média e 1 desvio padrão; Comercial = animais com ICF menor que a média.
Os dados de consumo individual são coletados por meio de cochos eletrônicos. Estes equipamentos possuem comedouros que ficam apoiados sobre células de carga e em conjunto com sensores e coletores inteligentes, possibilitando o registro eletrônico do alimento consumido por cada animal. Cada bovino participante da prova recebe um brinco eletrônico que permite a leitura no comedouro cada vez que se alimenta, gerando os dados de consumo pela diferença entre a quantidade de alimento abastecida no cocho e o que foi consumido em cada visita pelos indivíduos. As informações coletadas são correlacionadas com as pesagens realizadas durante a prova. Estas são feitas diariamente por balanças anexadas aos bebedouros, dessa forma, cada vez que o animal for ingerir água, ele terá o peso registrado. Os materiais das pesagens diárias servem para o cálculo do GPR. A PEA tem duração máxima de 91 dias, sendo 21 dias para adaptação à nova dieta e grupo de manejo, mais 70 dias de avaliação.
Fonte: Canal Rural