Incêndios em pastagens são uma realidade dura que muitos pecuaristas enfrentam, especialmente após a seca severa que assolou o país. Com quase 3 milhões de hectares queimados, saber reagir a essas condições adversas é vital para minimizar perdas e promover a recuperação. Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações detalhadas.
A professora Janaína Martuscello, zootecnista e mentora do Fazenda Nota Dez, compartilhou diretrizes críticas sobre como lidar com esse desafio.
O que não fazer após o fogo no pasto?
- Evitar análises de solo precipitadas: logo após o incêndio, o solo pode apresentar altos teores de nutrientes devido à mineralização da matéria orgânica queimada. Isso pode mascarar os resultados reais e não refletir a fertilidade do solo a longo prazo. Portanto, é aconselhável adiar análises até que o solo e a vegetação se estabilizem.
- Abstenha-se de adubações imediatas: a aplicação de fertilizantes deve ser evitada até que as chuvas se firmem. Sem a cobertura vegetal adequada e com a possibilidade de perda de nutrientes através das cinzas, adubar o solo prematuramente pode não trazer os resultados desejados.
- Não semear sem chuva: Lançar sementes em cima das cinzas, sem a garantia de precipitações constantes, pode resultar em perda de insumos. Esperar pelo estabelecimento das chuvas é essencial para que a semeadura tenha sucesso.
O que fazer após o fogo?
- Registro fotográfico e legal: Documentar os danos é essencial para questões legais e comprovação de que a responsabilidade pelo fogo não está no manejo do pecuarista. Manter um registro visual atualizado das benfeitorias e das áreas afetadas ajuda a mitigar futuras complicações.
- Controle de plantas daninhas: Após o fogo, as plantas daninhas são as primeiras a rebrotar. Lidar com elas imediatamente é crucial para permitir que o capim desejado retome seu crescimento e para evitar que as daninhas dominem as áreas queimadas.
- Avaliação da rebrota e planejamento: Observe como o capim está rebrotando e se foi capaz de utilizar suas reservas de sementes. Em muitos casos, um manejo adequado de rebrota pode evitar a necessidade de reformas completas. Em casos de rebrote insuficiente, planeje uma reforma de pastagem quando as condições climáticas forem favoráveis.
Preparação para o futuro
Com o retorno das chuvas, é hora de se preparar para a próxima seca. Um planejamento forrageiro robusto, que leva em conta uma margem extra para imprevistos climáticos, é fundamental para garantir a sustentabilidade da pecuária.
O trabalho começa agora, nas águas, para que os efeitos da próxima estiagem sejam minimizados.
Fonte: Canal Rural