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Cepea, 07/08/2017 – O PIB do Agronegócio brasileiro deve se manter praticamente estável em 2017, com ligeira elevação de 0,1% (considerando-se informações disponíveis até abril/17 – PIB-renda). Conforme cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, feitos em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), a renda do agronegócio tem sido pressionada pelo movimento de preços desfavorável ao setor.
Os valores médios dos produtos do agronegócio cresceram 3,7% a menos que os preços médios da economia, na comparação entre o primeiro quadrimestre de 2017 e o mesmo período de 2016. Por outro lado, as estimativas para o PIB-volume do setor se mantêm positivas, indicando elevação de 3,9% em 2017. A Tabela abaixo apresenta os resultados detalhados por ramos e segmentos para as variações anuais do PIB-volume, dos Preços Relativos e do PIB-renda.
Pela ótica dos ramos, o agrícola segue em destaque, impulsionado principalmente pela maior produção esperada do segmento primário. Nas lavouras, as condições climáticas avaliadas até o momento foram favoráveis, o que, aliado ao movimento de expansão de área e à tendência normal de aumento da produtividade da agricultura, tem levado a boas perspectivas para a safra no ano. Tem-se, então, que a taxa anual estimada para o PIB-volume do ramo é de 6,4%, alavancada pela elevação de 20,4% no PIB-volume do segmento primário agrícola.
No ramo pecuário, a análise referente ao primeiro quadrimestre do ano aponta para recuo geral dos preços, e também do PIB-volume, levando à redução anual estimada de 2,7% no seu PIB-renda. Para volume, verifica-se que o desempenho negativo do ramo se vincula principalmente à agroindústria, mas também ao segmento primário. Quanto aos preços relativos desse ramo, destaca-se a queda real para a indústria de processamento. De acordo com pesquisadores do Cepea, de modo geral, as cadeias pecuárias tiveram como desafio no quadrimestre a fraca demanda interna. Ademais, com os desdobramentos da operação Carne Fraca, as exportações também foram prejudicadas, impactando na disponibilidade dos produtos e pressionando para baixo as cotações.
Tabela 1. PIB do Agronegócio: taxas de variação anual avaliada no primeiro quadrimestre de 2017
PIB DO AGRONEGÓCIO - Taxas anuais de crescimento 2017/2016 (dados até abril) |
||||
Ramos |
Segmentos |
PIB-volume |
Preços Relativos* |
PIB-renda |
Ramo agrícola |
Insumos |
2,4% |
-4,9% |
-2,6% |
Primário |
20,4% |
-1,8% |
18,2% |
|
Indústria |
-1,5% |
-6,7% |
-8,1% |
|
Agrosserviços |
4,3% |
-5,2% |
-1,1% |
|
Ramo agrícola total |
6,4% |
-4,7% |
1,4% |
|
Ramo pecuário |
Insumos |
3,1% |
3,0% |
6,1% |
Primário |
-1,5% |
0,3% |
-1,2% |
|
Indústria |
-2,4% |
-2,9% |
-5,2% |
|
Agrosserviços |
-1,8% |
-1,8% |
-3,6% |
|
Ramo pecuário total |
-1,6% |
-1,1% |
-2,7% |
|
AGRONEGÓCIO |
Insumos |
2,6% |
-2,3% |
0,2% |
Primário |
13,0% |
-1,2% |
11,7% |
|
Indústria |
-1,7% |
-5,9% |
-7,5% |
|
Agrosserviços |
2,2% |
-4,1% |
-2,0% |
|
Agronegócio |
3,9% |
-3,7% |
0,1% |
Fonte: Cepea/Esalq-USP e CNA.
*Relação entre os deflatores do agronegócio e de seus segmentos e o deflator do PIB Nacional.
Clique aqui e acesse o relatório detalhado.
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Outras informações sobre o PIB brasileiro aqui e por meio da Comunicação Cepea, com o prof. Geraldo Barros e a pesquisadora Nicole Rennó: (19) 3429-8836 / 8837 e cepea@usp.br.