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10/03/2014
Brasil: Retrospectiva 2013 do Agronegócio
por: José Carlos de Lima Junior

Agronegócio confirma importância no PIB do Brasil 
Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) referente balanço de 2013 indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve encerrar o ano em R$ 1,02 trilhão. Para fins comparativos, esse valor representa alta de 3,56% frente 2012, ano em que o PIB do Agronegócio caiu 1,57%, fechando em R$ 988 bilhões. Caso se confirme o resultado, o PIB do agronegócio representará 22,8 % do PIB nacional, que tem estimativa de R$ 4,49 trilhões.

Produção em campo 1: perfil do produtor brasileiro é de profissionalização
O Deagro - Departamento de Agronegócios da Fiesp -, em conjunto com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), desenvolveu estudo para identificar o Perfil do Produtor Agropecuário Brasileiro. A pesquisa apurou que 43% dos produtores agropecuários têm curso superior completo, alcançando 77% quando se observa os herdeiros das propriedades. Por razões como essas é que nos últimos anos as propriedades agrícolas têm sido demandantes de novas tecnologias, como equipamentos e mão de obra especializada. De acordo com a pesquisa divulgada em novembro de 2013, 40% dos produtores rurais gerenciam com o suporte de agrônomos, zootecnistas e veterinários, 25% contratam serviços de consultoria, 22,3% possuem gerentes e 20% contam com administradores.

Produção em campo 2: desenvolvimento das cadeias produtivas é limitado por carência de Infraestrutura
O ano de 2013 foi marcado por problemas de escoamento de grãos diante de uma safra recorde de soja. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirma que a carência em infraestrutura e logística representam aproximadamente 9% do PIB do agronegócio em termos de custos. Aplicado na soja, a estimativa é que haja um desperdício de 6% a 13% entre a produção agrícola até os portos. A conjunção de infraestrutura ruim com o aumento da produção em campo a cada safra fez com que o preço do frete subisse 42,6% entre o município produtor de Sorriso (MT) e o terminal de Santos (SP).

Produção em campo 3: comportamento de cadeias Produtivas específicas

Soja:
 a produção recorde foi resultado de uma das maiores áreas plantadas na história do Brasil. O complexo soja é hoje uma das principais cadeias produtivas do agronegócio brasileiro e tem na China seu principal mercado destino.

Algodão:
 a safra 2012/2013 trouxe grandes reflexões para todo setor produtivo, incluindo empresas fornecedoras de insumos, quanto às estratégias de combate as pragas e doenças. Apesar dos esforços contínuos no desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias, observou-se nessa safra um aumento de infestações, tanto de pragas tradicionais quanto de novas, em praticamente todas as regiões produtoras. Essa ocorrência evidencia a necessidade de se ter um pensamento sistêmico, com manejo integrado de combate as pragas, em detrimento das conhecidas ações pontuais de mitigação.

Milho:
 apenas no Sul do Brasil o milho é safra. Nas demais regiões do país, o milho é safrinha, com produção na entressafra da soja. Com a valorização da soja no mercado internacional, houve redução da área plantada de milho em torno de 20%, o que representou um aumento de 3% na área de soja. Apesar da abertura de mercado para o milho brasileiro em países como a China, esse produto ainda se mantém dependente do governo, como as compras realizadas pela CONAB, que subsidia o produto a pequenos produtores localizados principalmente na região Nordeste.

Cana de açúcar:
 em 2013, o governo aprovou dois aumentos para a gasolina (fevereiro 6,6%, novembro 4,0%) e três aumentos para o diesel (janeiro 5,4%; fevereiro 5,0%, novembro 8,0%) nas distribuidoras, o que representou um acumulado de 10,86% para a gasolina e 19,52% para o diesel. O resultado dessa ação foi à manutenção de um teto para comercialização do etanol, parametrizado na bomba pelo preço da gasolina, e maior pressão nos custos de produção, uma vez que o diesel é um insumo utilizado em toda cadeia produtiva.

Mercados compradores: acordos bilateriais versus OMC
Em julho de 2013, em artigo assinado pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, começaram os estudos entre os Estados Unidos e a União Europeia com o objetivo de criar um acordo de livre-comércio, o que seria um gigantesco projeto inserido na crescente onda dos chamados RTA's (Regional Trade Agreements). Segundo a OMC (Organização Mundial do Comércio), em 1995, eram cerca de 123 RTA's notificados. Em janeiro de 2013, esse número era de 546 acordos. Trata-se de um aumento notável, que justifica outro número: 40% do comércio agrícola e de alimentos no mundo todo já se dão no âmbito de acordos regionais, sejam bilaterais, entre países ou blocos. Esse cenário justificou a comemoração do primeiro acordo da OMC em 15 anos, divulgado em dezembro de 2013.

Acordos bilaterais fomentaram o primeiro acordo da OMC desde sua criação em 1995
Na primeira semana de dezembro, um encontro ocorrido em Bali, Indonésia, por ministros de 159 países, conseguiu chegar a um acordo com o objetivo de impulsionar o comércio global. Tratou-se do primeiro acordo global da Organização Mundial do Comércio (OMC), que segundo a entidade pode adicionar US$ 1 trilhão ao comércio mundial.

Os cinco maiores compradores do Brasil
Em matéria publicada na sessão Economia do Portal Terra, os cinco maiores compradores do Brasil tiveram suas particularidades assim analisadas. China: entre os anos de 2008 e 2013, a China cresceu 10 pontos percentuais e assumiu o posto de maior comprador dos produtos brasileiros. O mercado chinês é destino final das principais commodities brasileiras, minério de ferro, soja, petróleo, açúcar e celulose.

Estados Unidos:
 os americanos ainda são os compradores tradicionais dos produtos Made in Brazil. Apesar de ter perdido recentemente espaço para a China, os EUA seguem decisivo nos negócios dos exportadores brasileiros. Hoje o mercado americano absorve mais commodities que produtos industrializados brasileiros.

Argentina:
 o país vizinho representa cerca de 7,5% do total que sai do Brasil. Ao contrário da China e Estados Unidos, as vendas para a Argentina são, em grande parte, produtos industrializados, principalmente do setor automotivo.

Holanda (efeito Rotterdam):
 o porto de Rotterdam, na Holanda, é porta de entrada para grande parte das importações que os países da União Europeia fazem do mundo inteiro, o que faz com que o país apareça como quarto maior comprador do Brasil.

Alemanha:
 o principal país que alimenta a economia europeia é hoje o quinto país que mais compra do Brasil. Café cru em grão, minérios de ferro e seus concentrados e farelos e resíduos da extração de óleo de soja são os três principais produtos adquiridos pelos alemães.

China: o que diz o gigante asiático

A economia da China cresceu a uma média superior a 8% ao ano até 2013, segundo estimativas globais do Banco Mundial (BM). Os números divulgados no final de 2013 representam uma queda em torno de 1% ao ano, mas estão distantes de ser um mau sinal, uma vez que o país ainda cresce em patamares superiores a média mundial. Recentemente, o gigante chinês realizou diversas reformas, que foram recebidas pelo mercado como o mais ousado conjunto de reformas econômicas e sociais em quase três décadas. No entanto, é interessante observar que, (1) politicamente, a China ainda é um país socialista, portanto com forte controle estatal, enquanto que, paralelamente, (2) a economia do país desenvolve ações que fomentam os empresários chineses em ações cada vez mais capitalistas.

O que esperar de 2014
Em 2013, merece atenção as ações do governo em relação à concessão dos aeroportos e rodovias federais, por meio das Parcerias Públicas Privadas (PPP), como forma de minimizar a carência nacional em infraestrutura. Entretanto, ferrovias e portos, que representam importantes meios para escoar a produção nacional, apesar de ter relevância econômica comprovada, ainda não saíram do papel. Para 2014, apesar da possibilidade de debates que o próprio ano eleitoral trará em si, é possível que haja pouca ação transformadora no que diz respeito à parte estrutural, apesar da importância que a infraestrutura assume no desenvolvimento agropecuário (e econômico) do país. Outra consideração importante diz respeito à taxa SELIC, que deverá se manter na casa dos dois dígitos, o que tende a impactar os custos do financiamento agrícola. Apesar dessas ações, 2014 tende a confirmar o Brasil como importante produtor de commodities agrícolas e pecuária no mundo, e, salvo se ocorrer alguma catástrofe ambiental, o país manterá a alta produtividade observada nos anos anteriores.

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