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22/10/2015
Vacinação contra febre aftosa começa em novembro
por: Portal DBO

Começa em novembro a segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa, momento em que a maior parte dos produtores de cada Estado vacina todo o rebanho bovino e bubalino. Nesta fase, estima-se que 200 milhões de cabeças sejam imunizadas contra o vírus. 

Para o vice-presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião Costa Guedes, é a hora de evitar perdas econômicas tanto para a pecuária de corte como de leite. "É fundamental que se elabore um plano de erradicação nacional da doença, mas enquanto isso não acontece o melhor caminho é seguir vacinando", afirma. A febre aftosa favorece a ocorrência de mastite, provoca lesões nos cascos e prejudica a produção de leite, além de poder levar à morte os animais mais jovens. Com a vacinação, a doença está controlada no Brasil. 

Em Mato Grosso, criadores do Pantanal iniciam a aplicação das doses no próximo mês, seguindo a regra estipulada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para maioria dos Estados. No Pantanal do lado sul-mato-grossense, no entanto, somente quem não vacinou o rebanho em maio e junho o faz agora.
 
Quanto ao planalto e à fronteira do MS com a Bolívia, a norma varia, estando prevista a imunização apenas dos bovinos e bubalinos com menos de 24 meses. Os Estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal também imunizam somente esta faixa etária na etapa de novembro. Atualmente, apenas o Estado de Santa Catarina é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre de febre aftosa sem vacinação. Mato Grosso e Paraná pleiteiam o mesmo status. 

Já os Estados do Amapá, Roraima e Amazonas estão na lista dos que não estão livres mesmo com imunização, sendo que em determinadas áreas a prevenção contra o vírus foi adiada para dezembro após serem feitos novos estudos de sorologia. O calendário completo de vacinação contra a aftosa pode ser conferido no site do Mapa.

Passada a etapa de vacinação, cabe ao produtor ir até a agência de defesa sanitária mais próxima da sua cidade para deixar o registro em dia. É necessário levar a nota fiscal de compra da vacina e o certificado que traz o número de animais vacinados por sexo e idade. 

Confira o Calendário nacional de vacinação dos bovinos e bubalinos contra a febre aftosa 2015.

 

Confira algumas dicas sobre o processo de vacinação, desde a compra até o manejo.

Foto: Marcus Rezende
Dicas de ouro para vacinar contra aftosa

O maior evento de pecuária do Brasil tem início em novembro, com a segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa. Neste período, a maior parte dos Estados vacina todo o rebanho de bovinos e bubalinos. Para se preparar para a imunização, Marcus Rezende, diretor técnico de saúde animal da Ourofino, dá dicas de como preparar a casa para fazer as aplicações, e o veterinário Ricardo Vales Domingues fala sobre a importância da assepsia de pistolas e agulhas. Confira o passo a passo:

1. Refrigeração. Quando for comprar a vacina, verifique se ela está sendo mantida a temperaturas entre 3°C e 8°C e conserve o material refrigerado também no dia da aplicação. Nesse momento, o transporte deve ser feito, preferencialmente, em duas caixas de isopor. Em uma delas, coloque as vacinas que estão em uso e, na outra, monte um estoque. Não tem problema o gelo virar água, desde que a temperatura não passe dos 8°C. Rezende recomenda que o produtor armazene os frascos em camadas intercaladas, sendo uma de gelo e uma de vacina. “Abaixo da tampa, e também no fundo, o melhor é que vá o gelo”, explica.

2. Manejo seguro. O segundo passo é garantir que a vacina não seja desperdiçada e que a aplicação aconteça de forma segura tanto para animais como vaqueiros. Por isso, é importante ter instalações adequadas ao manejo do gado, evitando a vacinação com o boi solto no brete. Segundo Rezende, a regra é fechar a porteira dianteira do tronco de contenção, segurar o animal com a pescoceira e, só então, aplicar a vacina. Em casos extremos, pode ser feita ainda a contenção traseira do animal. Antes de iniciar o procedimento, cheque também se no curral não há pregos, buracos ou imperfeições na madeira que representem algum risco para o rebanho.

3. O jeito certo de fazer a picada. Com a casa em ordem, o responsável pode optar pela aplicação subcutânea ou intramuscular da vacina contra a aftosa. Quem escolhe a subcutânea, deve puxar a pele do animal até fazer uma prega na região da tábua do pescoço, buscando introduzir a agulha nessa área – com a pistola 45° em relação ao corpo do animal, quase que paralela. Depois da aplicação, a dica é respirar e contar até dois antes de retirar a agulha para impedir que o material oleoso siga o caminho de volta pelo orifício.

No caso das injeções intramusculares, a seringa deve estar em posição perpendicular ao corpo do animal. Para saber se a agulha não atingiu nenhum vaso sanguíneo, o vaqueiro pode puxar o êmbolo antes de injetar a dose. Se subir sangue pela seringa, é preciso reposicionar a agulha. Após a aplicação correta, vale massagear a área para evitar refluxo e também a formação de edemas.

Rezende recomenda que o criador opte pela primeira técnica para minimizar o risco de que a vacinação cause abscessos ou lesões que acabem por inutilizar parte da carne no frigorífico. Outra observação importante, contemplada na edição 420 da Revista DBO, diz respeito à vacinação na região lombar – que não deve ser feita em nenhuma hipótese. Na reportagem, o repórter Renato Villela relata o caso de animais que precisaram ser sacrificados em consequência de lesões na medula causadas por práticas inadequadas de aplicação. Lembre-se: vacinação só na tábua do pescoço.

4. Vida útil dos instrumentos de vacinação. Sobre a vida útil das agulhas (20x18 e 20x20), o diretor técnico da Ourofino afirma que duram, em média, 50 aplicações. Segundo ele, a cada dez animais ou quando é vacinado um boi ou búfalo enlameado, elas devem ser desinfetadas. O mesmo cuidado é indicado para as pistolas, que podem ter vida longa se higienizadas corretamente. Nas palavras do técnico, a agulha é barata demais para causar prejuízos para a atividade pecuária. Agulhas cegas ou que caem de ponta no chão devem sempre ser descartadas.

Com o passo a passo do procedimento na ponta da língua, vale conferir as instruções do veterinário autônomo Ricardo Vales Domingues, de Araçatuba. Ele ensina a higienizar agulhas e pistolas de uma forma simples e eficiente:

- Preparo das agulhas novas. Compre uma quantidade de até 50 agulhas de metal, para uso subcutâneo (entre o couro e a carne), conforme o tamanho do seu rebanho. Mantenha as agulhas guardadas numa marmita de alumínio comum, enrolada numa toalha de rosto e guardada em local limpo. Em propriedades grandes de corte, faça isso em cada retiro.

- Higienização das agulhas em uso. Lave com água e sabão e enxágue bem as agulhas de metal, junto com a marmita de alumínio. Encha o recipiente com água limpa, coloque a tampa por cima sem vedar e deixe ferver por três minutos. Em seguida, abra a torneira da pia e deixe a tampa da marmita só um pouco aberta. Despeje ali a água fervente com ajuda da toalha de rosto. Feche a marmita, enrole de novo na toalha e leve-a para o curral. Quando acabarem as agulhas fervidas, pare o serviço, lave e enxague bem todas elas, ferva tudo de novo e reinicie o seu trabalho.

- Higienização das pistolas. Desmonte e lave bem as pistolas antes das vacinações, só com água e sabão. Produtos químicos como detergentes, cloro ou iodo podem prejudicar a qualidade das vacinas. Enxágue o vidro em água fervente antes de montar a pistola. Gradue a dose da pistola e retire o resto de água que ainda houver. Encha a seringa com a vacina usando uma agulha fervida que você vai deixar espetada no frasco. Coloque outra agulha fervida na pistola e vacine cada rês com agulha limpa. Ponha a agulha suja numa cumbuca com água e sabão. Conforme o tamanho da propriedade, talvez seja preciso alguém só para preparar as pistolas e entregá-las aos vacinadores.

Por último, o pecuarista não deve ter pressa.

A vacinação contra a aftosa dura todo o mês de novembro, então, não é preciso pressa para imunizar o rebanho. “Passe o gado no tronco em lotes adequados, que é garantia de serviço bem feito”, afirma Domingues. Para Rezende, vacinar o animal é só uma parte da tarefa do criador, que também deve garantir condições básicas de higiene e segurança para o rebanho responder bem à vacina. Dadas as dicas, os dois desejam ao produtor uma boa temporada de vacinação, consciente da importância da pecuária para a economia do país.

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