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13/04/2016
Em 2015, o PIB do agronegócio brasileiro cresceu 0,4%!
por: Cepea - ESALQ/USP

O ano de 2015 não foi bom para economia brasileira, que fechou o ano com retração de 3,8% no PIB. Entre os setores econômicos, apenas a agropecuária cresceu, 1,8%, ao passo que a indústria recuou 6,2% e os serviços 2,7% (dados IBGE). A pressão inflacionária, desemprego crescente e as taxas de juros elevadas deterioraram o poder de compra dos consumidores e prejudicaram os investimentos: ainda segundo dados do IBGE, as despesas de consumo das famílias recuaram 4% no ano e a formação bruta de capital fixo retraiu expressivos 14,1%. Some-se a isso a intensa instabilidade política e a severa crise fiscal que se estendeu durante todo o ano. Esse conjunto de fatores refletiu negativamente nas expectativas e no desempenho do agronegócio nacional, tendo pesado principalmente sobre os resultados da agroindústria e serviços. 

Vale ainda ressaltar, de maneira particular, que os impactos da valorização do dólar frente ao Real apresentaram efeitos distintos sobre o agronegócio. Como parte significativa dos insumos utilizados na produção agropecuária é, em alguma medida, importada, o movimento cambial levou a expressivos aumentos de custos para os produtores, que ainda foram influenciados pela alta da energia e dos combustíveis. Este cenário prejudicou principalmente os produtores e indústrias cujo foco direciona-se ao mercado doméstico, e que não se beneficiaram do efeito positivo do câmbio sobre o preço de seus produtos comercializados. Neste contexto se insere o impacto positivo do aumento da taxa de câmbio sobre o agronegócio. Principalmente no segundo semestre, a valorização cambial ajudou a amenizar o efeito da retração dos preços internacionais em dólares sobre a rentabilidade das culturas e agroindústrias voltadas ao mercado externo. A recuperação do patamar de preços para soja, milho, carnes, açúcar e papel e celulose foi um dentre os fatores que levou ao resultado positivo da renda do agronegócio em 2015. 

Neste cenário, o PIB do agronegócio brasileiro acumulou alta de 0,4% em 2015. O resultado positivo atrelou-se ao ramo agrícola, que cresceu 1,12%. O ramo pecuário recuou 1,14%. Observando pela ótica dos segmentos, o agronegócio foi impulsionado pelos insumos e pelo primário, e a indústria e os serviços acumularam baixa no ano, reflexo do contexto geral supramencionado. 

Para o segmento de insumos, o principal impulso decorreu dos maiores preços, movimento que, por sua vez, vinculou-se à valorização do dólar. 

Para o segmento primário agrícola, preços relativamente estáveis e ganhos de produção levaram ao bom resultado no ano. Em termos de produção, destacam-se as elevações nas safras de milho e soja. Para preços, batata, cebola foram destaques. Já o segmento primário da pecuária, acumulou baixa em 2015. As principais pressões sobre o segmento foram a queda na produção de bovinos vivos, nos preços dos suínos, e nos volumes e preços no caso do leite. Vale frisar, que a valorização da arroba e do frango vivo ajudou a amenizar a queda do segmento.

A agroindústria nacional recuou para ambos os ramos, sendo a baixa mais expressiva para o processamento de produtos de origem animal. No caso da indústria de base agrícola, pressionaram o segmento os resultados para madeira e mobiliário, têxtil e vestuário. Nestas indústrias, o fraco desempenho relacionou-se a quedas na produção, efeito da conjuntura doméstica desfavorável. Em contraponto, o bom desempenho para papel e celulose, açúcar e óleos vegetais, indústrias atreladas ao mercado externo, ajudou a amenizar a baixa do segmento. Para estas indústrias, de modo geral, os melhores preços foram determinantes para o resultado. Na indústria da pecuária, calçados e laticínios recuaram, via produção para a primeira, e produção e preços para a segunda. Já a indústria do abate, impulsionada por maiores preços, fechou 2015 em alta. 

Destaca-se, novamente, o papel das atividades voltadas ao mercado externo e do crescimento da produção agrícola “dentro da porteira” para o desempenho positivo da renda do agronegócio neste ano, mesmo em meio às diversas dificuldades inerentes à crise econômica brasileira. Segundo pesquisadores da equipe Índices de Exportação-Agro/Cepea, o agronegócio exportou volume recorde em 2015, com alta de 15,4% em relação a 2014. Ao mesmo tempo, o preço em dólares dos produtos exportados recuou 18%, o que, amenizado por uma queda de 22% no IC-Agro (Índice de Câmbio Efetivo do Agronegócio), resultou em um faturamento em Reais 14% superior em 2015.

(Cepea)

Confira relatório completo em PDF!
Relatório completo de Dezembro/15


Nota: As taxas mensais podem ser alteradas devido aos ajustes de volume feitos pelo IBGE (uma das fontes de dados para o cálculo deste PIB) em meses subsequentes. Em alguns casos, o ajuste ocorre no mês seguinte, mas, noutros, até três meses depois.

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