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O agronegócio mineiro apresentou pequena alta de 0,78% em janeiro. O resultado positivo atrelou-se ao ramo agrícola, que cresceu 1,67%, diante do pequeno recuo de 0,09% do ramo pecuário. Assim, a participação estimada no PIB do agronegócio nacional ficou em 13,72%, mas cabe ressaltar que esses valores passam por revisão a cada relatório, devido à atualização das estimativas utilizadas, tanto no País quanto no estado de Minas Gerais. Neste mês, também se destaca a não divulgação de valores referentes a volume em algumas atividades pecuárias e de produção sucroenergética, sendo considerada apenas a variação de preços nestes setores, conforme explicitado ao longo deste relatório.
Ainda, destaca-se que, neste início de ano, os efeitos da depreciação do Real frente ao dólar geraram efeitos distintos sobre o agronegócio. Por um lado, puderam-se observar melhoras sucessivas das cotações médias do segmento primário da agricultura, principalmente em culturas bastante voltadas à exportação, como milho e soja. Tal fato amenizou o efeito da retração dos preços internacionais em dólares que se observa no mercado de commodities. O mesmo também se pôde observar nas indústrias também ligadas ao mercado exportador, como a de papel e celulose e açúcar. Por outro lado, cabe destacar o reflexo do câmbio sobre a elevação dos custos de produção, principalmente com relação a insumos como fertilizantes, defensivos e aditivos de alimentação animal, que dependem de matéria-prima importada. Tal efeito, conjunto às altas de preços da energia e dos combustíveis, têm prejudicado a rentabilidade em diversos segmentos.
Outro ponto de destaque é o efeito do El Niño, que variou o volume de chuvas no final de 2015 e em janeiro, e que tem causado diferentes efeitos sobre a previsão de safra de algumas culturas, como café e cana, além de causar impacto sobre as pastagens, que reflete sobre a pecuária bovina.
No ambiente econômico, 2016 teve um início conturbado em meio ao campo de incerteza provocado pela crise em âmbitos político e macroeconômicos. Segundo o último boletim Focus do Banco Central, divulgado dia 24 de março, o mercado prevê redução de 3,66% do PIB brasileiro, elevação da dívida líquida do setor público, taxa de câmbio na casa dos 4 Reais por dólar e índices de preço em patamares elevados. A taxa de desocupação tem sido crescente e atingiu 9% no último trimestre de 2015, segundo dados do IBGE. A combinação de pressão inflacionária, desemprego crescente e as taxas de juros elevadas vêm deteriorando o poder de compra dos consumidores, prejudicando investimentos e, consequentemente, setores ligados às cadeias do agronegócio, notadamente os mais dependentes de consumo interno.
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