Televendas: 0800 603 4433

Notícias

13/12/2016
Cama de aviário melhora produtividade do pasto
por: Portal DBO

Foto:Edicarlos Damacena - Perfil do solo após a aplicação de cama de aviárioFoto:Edicarlos Damacena - Perfil do solo após a aplicação de cama de aviário

Tudo que é em excesso faz mal, diz o ditado. E não é diferente com a adubação de lavouras ou pastagens feita com cama de aviário. Rico em nutrientes provenientes da urina e das fezes de diferentes espécies avícolas, o adubo natural ganhou fama por aumentar a produtividade, seja da soja, do milho ou do capim, e melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.

Mas até que ponto isso é verdade? De acordo com o professor da Universidade Federal  de Mato Grosso (UFMT), Edicarlos Damacena de Souza, faltavam elementos para responder. Agora, um trabalho feito pelo Grupo de Pesquisa e Inovação em Sistemas Puros e Integrados de Produção Agropecuária da UFMT e financiado pela Agrisus começa a dar as primeiras respostas – pelo menos sobre solos com característica argilosa.

Segundo Damacena, os experimentos foram conduzidos em uma propriedade de gado leiteiro, com solos com teor de argila na casa dos 50%. “Os trabalhos começaram em 2008 e o que estamos computando agora vai até 2014”, explica. Localizada em Portelândia, GO, a propriedade alvo do estudo não recebia adubação nem calagem há pelo menos uma década. Os reflexos do uso de cama de aviário foram sentidos com o passar do tempo.

“Na Fazenda Alvorada, a rotação entre os piquetes de 0,5 hectare já acontecia diariamente e, antes de adotar a aplicação da cama, a lotação no pasto era de até 12 animais/ha. Hoje, chega a 20”, diz Damacena. A explicação é uma só: “A cama tem um alto pH, então uma área que nunca recebeu calcário, nunca recebeu adubação, quando recebeu a cama, teve uma elevação do pH, assim como de outros nutrientes”, argumenta o pesquisador.

O volume de fósforo, por exemplo, também aumentou, saltando de 2,1 mg/dm³ para mais de 15 mg/dm³ em seis anos. “Esse nível é ideal para qualquer cultura, ainda mais para um pasto, que tem menor exigência”, afirma o professor. 

Tratamentos - Os resultados descritos foram obtidos ao final de seis anos com a aplicação da maior dose analisada de adubo natural, um acumulado de 57,6 ton/ ha. Mas, além da dose mais alta, foram avaliadas outras: de 43 ton/ ha; 26 ton/ha e zero/ton/ha (o experimento controle). “Nosso objetivo era conseguir fazer uma recomendação para o produtor em termos gerais, chegar a uma média específica para esse tipo de solo que contemplasse os melhores benefícios”, diz. Isto é, melhoria na qualidade do solo, aumento na produção de pasto e maior retenção de matéria orgânica.

Resultados práticos - Como era de se esperar, a observação mostrou que a partir de determinada dose de aplicação o solo atinge seu limite. “Não faz diferença você aplicar 43 ou 57 ton/ha de cama de aviário, visando que o solo fixe mais carbono, porque ele tem um teto”. A partir de 26 ton/ha os resultados também foram insignificantes para projetar um incremento na absorção de nitrogênio. “Vimos que você vai ter por volta de 10 ton de N/ ha com a aplicação de 26 ton de cama/ha, e 10,1 ton de N/ha se você aplicar 57 ton de resíduo”, afirma o pesquisador.

Daí a importância de não fazer aplicações em excesso, já que podem não aumentar a produtividade da cultura e ainda trazer prejuízos para o solo e o meio-ambiente. “Se você faz, vamos supor, uma aplicação de nitrogênio em excesso, esse elemento está sendo perdido, está indo parar nos lençóis freáticos, cursos d’água, está contaminando a água subterrânea”, diz Damacena.

Mas, afinal, quanto aplicar? - O trabalho da mestranda Camila Rodrigues Menezes da Silva indica que 5 ton de cama de aviário por ano ou 8 ton a cada dois anos. “Porque o acúmulo da cama vai sendo mais gradativo e a liberação de nutrientes também”, explica o professor, “então a planta consegue aproveitar melhor essa quantidade de nutrientes”, diz.

O valor foi obtido frente a comparação dos diferentes tratamentos quanto ao nível de nutrientes e análise do comportamento de fungos e microrganismos no solo. “E foi como tivemos um maior equilíbrio do ecossistema”, completa Damacena. No caso da lotação, foi possível manter 20 animais nos piquetes de 0,5 hectare com rotação a cada dois dias e descanso posterior de 28. Além de conseguir fixação anual de carbono 1,2 vezes maior do que no experimento controle. Outros experimentos devem ser conduzidos, em breve, em solos arenosos. 

Comentário

Newsletter

Assine e fique por dentro de todas as novidades
Nossas redes sociais

 

Gepec - Genes Pecuária e Comércio LTDA - CNPJ 05.972.405/0001-05
Rua Oliveira Pena, n° 87 – São José (Pampulha) – Belo Horizonte/MG  CEP: 31.275-130
Telefone: (31) 3492-4269