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12/01/2016
Perspectivas Cepea 2016; acompanhe BOI, SUÍNOS e FRANGO
por: Cepea - ESALQ/USP

 BOI/CEPEA: Hábito de consumo e exportação podem manter a pecuária no positivo

 

Análise perspectiva sobre o mercado pecuário elaborada pelo Cepea.

Equipe Mercado Pecuário: Prof. Sergio De Zen, Msc. Shirley Menezes, Cristiane M. Spadoto, Juliana Ferraz, Karoline Nunes Lima, Rafaela Tonin, Marina Martins Rodomille, Natália Drummond, Priscilla Franco e Paola Garcia Miori.

 

Cepea, 12 – Os impactos da forte estiagem no Centro-Sul do Brasil em 2013 e 2014 devem cessar em 2016, com os índices zootécnicos do setor pecuário voltando ao normal e favorecendo alguma recuperação da oferta de animais. Ao mesmo tempo, as perspectivas macroeconômicas brasileiras não são das melhores. Apesar disso, a pecuária bovina de corte pode considerar certa sustentação do consumo de carne por parte dos brasileiros em relação ao visto em 2015, respaldada no hábito consolidado e também no desempenho promissor no mercado externo.

Com a renda menor, a demanda por proteínas mais baratas que a bovina pode aumentar, mas situações passadas e estudos econômicos evidenciam a versatilidade da própria carne bovina para se manter presente nas refeições. De forma agregada, mesmo com vários indicadores econômicos apontando dificuldades para o consumidor, o volume demandado no País pode se manter em relativo equilíbrio com o do ano passado. Ou, ainda que a demanda seja forçada a se retrair, há de se considerar que a melhora da oferta que pode ocorrer em 2016 ainda não seria significativa.

Já para as exportações, fundamentos indicam aumento de volume e de faturamento. Com o crescimento econômico dos Estados Unidos, sua demanda interna se fortalece e, em alguma medida, diminui seu excedente exportável, sem dizer da recente reabertura para a carne in natura brasileira – ainda que não sejam esperadas grandes vendas para aquele país, a medida tem repercussão positiva ao Brasil no mercado internacional. A melhora da economia europeia, no mesmo sentido, entra na lista de possíveis estímulos às exportações brasileiras de carne de maior qualidade.

Muito significativa é também a reabertura da China, que voltou a comprar a carne bovina do Brasil em 2015, após três anos de embargo. Segundo dados da Secex, em outubro, este país já foi o segundo principal destino dos embarques de carne bovina brasileira. A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) estima que os embarques àquele país somem 200 mil toneladas em 2016.

Por outro lado, dificuldades enfrentadas por compradores tradicionais, como Rússia e Venezuela, devido aos baixos preços do petróleo, podem restringir os volumes exportados pelo Brasil. O novo governo argentino também está retomando a participação de seu país no comércio internacional e isso pode significar a perda de alguns segmentos que vinham sendo atendidos por empresas brasileiras. Porém, caso as exportações argentinas avancem muito bem, pode também ser aberto espaço mesmo para vendas da carne brasileira naquele país.

Do lado da produção, pode-se esperar alguma melhora na oferta de bezerro e boi magro em relação aos últimos anos. Com o El Niño elevando as chuvas em parte do Centro-Sul, as pastagens de muitas regiões pecuárias têm sido beneficiadas e a produção de carne também pode ser recuperar já em 2016.

Na BM&FBovespa, os próximos vencimentos do boi gordo apontam valores acima do atual fechamento no físico. Além da perspectiva de receita, confinadores vão definir seus investimentos de olho também no mercado de grãos. Com câmbio projetado acima de R$ 4/dólar, o milho e a soja brasileiros seguem competitivos e suas exportações tendem a serem ainda maiores, o que sustentaria elevados os preços internos.  

Haja folga de um lado ou aperto de outro, o fato é que as estruturas profissionais de confinamento que vêm sendo implementadas no País requerem a continuidade das operações e ganhos por eficiência. Num ano como este, em que as tradicionais incertezas parecem ser ainda maiores que em outros réveillons, o importante é afinar o planejamento e produzir na medida certa, mas não esmorecer.

 

FRANGO/CEPEA: Renda apertada do brasileiro e câmbio devem favorecer avicultura em 2016

 

Análise perspectiva sobre o setor avícola elaborada pelo Cepea.

Equipe: Dr. Sergio De Zen, Camila Brito Ortelan, Augusto Maia, Regina Mazzini Rodrigues, Marcos Debatin Iguma, Ananda Shieh Basotti, Letícia Harumi Nakamiti, Yan Nogueira Cobra, Lorena de Siqueira Santos, Guilherme N. Torga, Victor Shin Kamiguchi e Paola Garcia Ribeiro.

 

Cepea, 12 – Entre os setores da pecuária acompanhados pelo Cepea, o de aves é o que vislumbra cenário mais positivo para 2016, pautado não apenas na demanda externa, mas também na interna. Além da possibilidade de preços ainda elevados da carne bovina, projeções de baixo crescimento da economia brasileira favorecem o consumo de proteínas mais baratas, como a carne de frango.

Segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os brasileiros podem demandar cerca de 9,6 milhões de toneladas de carne de frango, 260 mil toneladas a mais que o projetado para 2015, de 9,34 milhões de toneladas. A produção interna, por sua vez, deve aumentar em 500 mil toneladas, para 13,5 milhões de toneladas.

Líder mundial nas exportações de carne de frango, a avicultura brasileira deve manter suas apostas no mercado internacional. E a depender do câmbio, a tendência é que siga competitiva. Segundo o relatório Focus, do Banco Central, o dólar pode ter média acima de R$ 4,00 em 2016.

Estimativas do USDA apontam que as exportações brasileiras de carne de frango devem crescer 3,7% em 2016 ou o correspondente a 14 mil toneladas, em relação à quantidade estimada para 2015, atingindo 3,88 milhões de toneladas. Para a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), o incremento das vendas externas deve ser entre 3% e 5%, em linha com o aumento de produção esperado no País. Para 2015, a entidade estima que tenha sido exportado o recorde de 4,26 milhões de toneladas, 4% a mais que em 2014.

As maiores apostas do setor avícola para 2016, conforme divulgações da ABPA, são México e China, que habilitaram novos frigoríficos brasileiros a exportar carne de frango ao longo deste ano. Também há expectativa de abertura dos mercados de Taiwan e Camboja para o produto nacional.

Entre os principais concorrentes do Brasil, um aumento considerável de oferta de carne de frango deve ocorrer apenas nos Estados Unidos. Recuperados dos problemas com influenza aviária, os norte-americanos devem retomar as vendas externas com mais intensidade. A avicultura brasileira estará atenta também a novas configurações político-econômicas entre as nações, como é o caso do Tratado Transpacífico, acordo comercial firmado em outubro entre o Japão, Estados Unidos e mais 10 países, que deve facilitar as transações, inclusive de carne, entre eles.

CUSTOS – Continua como grande desafio do setor lidar com os custos elevados, especialmente aqueles relacionados à nutrição animal. Com a possibilidade de dólar alto frente ao Real, os preços do milho e do farelo de soja podem se manter elevados, além do que continuariam pesados os gastos com importação de outros itens. No Brasil, a maior parte da produção de frango é integrada e, nesses arranjos, os desembolsos com insumos que compõem a ração ficam a cargo das agroindústrias. Ao avicultor integrado, pesam principalmente gastos com energia elétrica e mão de obra.

 

SUÍNOS/CEPEA: Setor aposta em exportação para sustentar preço em 2016

 

Análise perspectiva sobre o setor suinícola elaborada pelo Cepea.

Equipe: Dr. Sergio De Zen, Camila Brito Ortelan, Augusto Maia, Regina Mazzini Rodrigues, Marcos Debatin Iguma, Ananda Shieh Basotti, Letícia Harumi Nakamiti e Yan Nogueira Cobra.

 

Cepea, 12 – A oferta de suínos deve iniciar 2016 relativamente alta, ao passo que a demanda doméstica pode não reagir na mesma intensidade – projeções apontam piora na economia nacional. Assim, tudo indica que a “saída” estará, mais uma vez, nas exportações, e o câmbio deve continuar “aliado”. Estimativas compiladas pelo relatório Focus, do Banco Central, apontam dólar acima de R$ 4,00 em 2016.

Conforme projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os embarques brasileiros de carne suína devem crescer 2,7% em 2016 (ou 15 mil toneladas equivalente-carcaça) frente à quantidade estimada para 2015, chegando a 580 mil toneladas em equivalente-carcaça. Esse percentual de aumento está no intervalo estimado pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) tanto para as exportações como para a produção nacional, entre 2% e 3%.

A relação entre o Brasil e a Rússia, principal compradora da carne brasileira, se apresenta estável, e acordos comerciais firmados entre esses países desde 2014 favorecem boas perspectivas para as vendas nacionais da carne suína, ao menos no médio prazo.

Ao mesmo tempo, a suinocultura brasileira segue em busca de novos compradores e da ampliação dos mercados já existentes. A grande aposta é a China, que habilitou em 2015 novas plantas brasileiras para importação de produtos nacionais. O setor também tem boas expectativas quanto à abertura da Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, conforme divulgado pela ABPA.

Já no mercado doméstico, não há fundamentos de recuperação da demanda no curto prazo. Do total de carne suína comercializada no País, predominam produtos industrializados, mais suscetíveis a restrições de renda da população, ou seja, de alta elasticidade-renda. Por outro lado, os preços da carne bovina podem estimular o consumo da suína in natura, junto com o frango.

Do lado da oferta, a perspectiva de aumento se baseia principalmente na expansão do rebanho ocorrida ainda em 2014, de 3,2% em relação a 2013, que totalizou 37,9 milhões de cabeças – em 10 anos, houve aumento de 14,6%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O volume de fêmeas cresceu 3% também de 2013 para 2014, chegando a 4,7 milhões de cabeças. Conforme agentes do setor, a percepção é que em 2015 o abate de matrizes não teria sido elevado, reforçando a perspectiva de maior oferta.

Segundo estimativas do USDA, a produção brasileira de carne suína em 2016 pode totalizar 3,51 milhões de toneladas em equivalente-carcaça, ante as 3,45 milhões de toneladas esperadas para 2015.

Assim, o suinocultor, especialmente o independente, deve se atentar à pressão que poderá vir das indústrias focadas no mercado doméstico e também do setor de grãos, que pode seguir firme em suas exportações e, portanto, ter seus produtos valorizados. Já o produtor integrado tem o guarda-chuva das agroindústrias ao menos para driblar alguns problemas.

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