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Provavelmente seja uma situação familiar: a vaca que sempre produz muito leite fica baqueada no início do período de lactação. Sua produção de leite diminui, seu apetite diminui e ela se mostra preguiçosa. Serão esses sinais de cetose?
“Prevenir é melhor do que remediar” é um ditado que certamente se encaixa na cetose. Fornecer uma ótima alimentação pode evitar uma grande quantidade de problemas, mas mesmo assim algumas vacas são mais suscetíveis do que outras. Como a condição é hereditária, pode-se encontrar linhagens de vacas que são mais propensas à cetose.
Além da estação, manejo e número de partos, a genética também desempenha um papel importante se a vaca sofre ou não deste distúrbio. Tem uma herdabilidade de aproximadamente 20%. Isto significa que o risco de incidência de cetose pode ser consideravelmente reduzido através da genética.
Como isto funciona?
Desde dezembro de 2014, a CRV apresenta valores genéticos para cetose de cada touro. Um valor maior que 100 significa que os descendentes deste touro possuem um risco menor de ter cetose. Em média, 11% das vacas apresentam cetose e essa porcentagem aumenta até 24% em animais mais velhos.
Utilizando touros com um valor genético maior para cetose, você pode garantir que seu rebanho seja menos susceptível e reduzir o número de vacas com este distúrbio.
Grandes diferenças
Mesmo filhas de touros com um valor genético de 108 podem apresentar cetose. Entretanto a porcentagem será bem mais baixa em relação às filhas de touros com um valor genético de 92 ou menos para esta característica.
Figura: Porcentagem de filhas com cetose na terceira lactação
A figura acima mostra que somente 11% das filhas de touros com valores de 108 ou mais, adquirem cetose na terceira lactação comparados com 37% de filhas de touros com valores de 92 ou menos. Em um rebanho de 100 vacas mais velhas isto dá uma diferença de 26 animais.
Conclusão
A genética é uma ferramenta eficaz para reduzir a incidência de cetose no seu rebanho leiteiro. Cetose é um dos componentes do índice de seleção Vida mais Saudável (V+S). Selecionando touros por Vida mais Saudável (V+S), então a redução da cetose já está automaticamente sendo levada em conta.
Cetose é uma das doenças metabólicas mais comuns nos rebanhos leiteiros nos primeiros 60 dias pós-parto. A vaca desenvolve um balanço energético negativo por não consumir energia suficiente da sua alimentação para suprir o déficit energético oriundo da sua crescente produção de leite. Como resultado, ela começa a queimar suas próprias reservas de gordura. É perfeitamente normal queimar algumas das reservas de gordura corporal, elas serão repostas novamente durante a lactação. Há algo de errado quando grandes reservas de gordura corporal são mobilizadas. Este processo gera cetonas sob a forma de acetona e ácido beta-hidroxibutÍrico (BHBA), o qual tem um efeito negativo sobre o apetite.
Quais são as consequências?
A cetose ocorre principalmente em rebanhos mais velhos e pode levar à menor produção de leite e um menor teor de proteína no leite. Além disso, aumenta a distocia de parto e retenção de placenta. A quebra da gordura corporal faz com que o teor de gordura no leite aumente, somente no início da lactação. O risco de outros distúrbios aumenta – ou seja, mastite, deslocamento de abomaso e fertilidade reduzida. Ao todo, a cetose pode resultar no aumento de problemas sanitários e queda da fertilidade, reduzindo a produção e rentabilidade da fazenda.