Artigos
Gabriela Mendonça de Sales Barbosa, recém formada em medicina veterinária pela PUC Minas
Pedro Henrique Baeta Fernandes, estudante de medicina veterinária na PUC Minas, estagiário da Gepec
Guilherme de Abreu C. Bartholomeu, Médico Veterinário - UFMG, Consultor Veterinário da Gepec
Medidas simples e de baixo custo podem garantir que a produção, armazenagem e coleta do leite sejam feitas para minimizar as contaminações e garantir que o leite seja de qualidade.
Selecionamos as principais medidas que podem ser aplicadas sem muita dificuldade nas propriedades leiteiras, de menor a maior tecnologia e de baixa a alta produção.
- Cuidados do ordenhador e limpeza da sala de ordenha
- Lavar as mãos e utilizar luvas de procedimento para minimizar a contaminação do teto da vaca e evitar transmissão de doenças de caráter zoonóticos, como exemplo a varíola;
- Manter a sala de ordenha higienizada, o curral de espera limpo com mínimo de fezes, barro e umidade, para evitar que os animais levem contaminação para a sala de ordenha, o que poderá reduzir a contaminação do leite por microorganismos, podendo assim, diminuir a contagem bacteriana total (CBT);
- Limpeza do equipamento de ordenha
- Detergente alcalino clorado: Utilizar água limpa para misturar ao detergente alcalino clorado, em temperatura que variam entre 70°C a 75°C. A limpeza deve ser feita em sistema fechado por 10 minutos. Tem a função de remover sujidades de origem orgânica como gordura e proteína.
- Enxágue: Passar água limpa em temperatura ambiente na linha de ordenha, para retirar os resíduos do detergente, em sistema aberto.
- Detergente ácido: Utilizar o produto, em temperatura de 40°C, durante 10 minutos, em sistema fechado. Tem a função de remover os minerais do leite que podem ficar impregnados no equipamento de ordenha.
- Enxágue: Passar água limpa em temperatura ambiente na linha de ordenha, para retirar os resíduos do detergente, em sistema aberto.
- Desinfecção: É feita a limpeza dos equipamentos da ordenha, utilizando o cloro ou outros ácidos. Deve ser feito por 5 minutos, com o objetivo de reduzir a contagem das bactérias. Para melhor eficácia, deve ser feito 30 minutos antes do início de cada ordenha.
- A limpeza manual deve ser feita com bastante atenção e cuidado. Os copos coletores devem ser abertos e lavados, juntamente com as teteiras 2 vezes por semana. Os canos lineares de fluxo devem ser lavados manualmente, no mínimo 2 vezes por mês, introduzindo um escovão com detergente, até o final da linha, para retirar o material que fica aderido aos canos.
Vale lembrar que o tempo de ação e a concentração de cada produto variam de acordo com o seu fabricante, por isso é importante que siga as instruções de uso indicadas no rótulo do produto.
A limpeza do tanque deve seguir os mesmos passos descritos para a limpeza do equipamento de ordenha, porém devem ser escovados utilizando vassouras de cerdas e escovas apropriadas.
Não se deve ignorar a manutenção periódica dos equipamentos para o seu funcionamento adequado. Segue abaixo os principais tópicos que devem ser levados em conta durante a ordenha, para ter maior qualidade de leite em uma fazenda:
- Manejo de vacas pré ordenha;
- Higiene dos tetos;
- Retirada dos primeiros jatos de leite;
- Antissepsia dos tetos antes da ordenha;
- Colocação da unidade de ordenha;
Essas etapas, da entrada do animal na linha de ordenha até a colocação das teteiras, devem ocorrer em um menor tempo possível (até 1,5 minutos para o tempo de preparo).
- Retirada da unidade;
- Antissepsia dos tetos após a ordenha;
- Pós ordenha
Referências Bibliográficas
REINEMANN, D.J.; WOLTERS, G.M.V.H.; BILLON, P.; LIND, O.;. RASMUSSEN, M.D. Revisão de práticas de limpeza e sanitização de ordenhadeiras mecânicas. Disponível em: http://www.cattlenet.com.br/userfiles/Pfizer%20-%20XII%20Novos%20Enfoques%20-%20Sanidade.pdf. Acessado em: 20/06/2013.
ZAFALON, L. F.; POZZI, C. R.; CAMPOS, F. P.; et al; Boas Práticas de Ordenha. Embrapa Pecuária Sudeste, 2008. Disponível em: http://www.cppse.embrapa.br/sites/default/files/principal/publicacao/Documentos78.pdf. Acessado em: 20/06/2013.
BARTHOLOMEU, G. A. C. Qualidade de leite e os impactos econômicos no sistema de produção. Belo Horizonte: 2013. 469 slides.