Televendas: 0800 603 4433

Artigos

06/11/2013
ARTIGO: Manejo e higiene de ordenha
por: Gabriela M. de S. Barbosa, Pedro H. B. Fernandes e Guilherme A. C. Bartholomeu.

Gabriela Mendonça de Sales Barbosa, recém formada em medicina veterinária pela PUC Minas
Pedro Henrique Baeta Fernandes, estudante de medicina veterinária na PUC Minas, estagiário da Gepec
Guilherme de Abreu C. Bartholomeu, Médico Veterinário - UFMG, Consultor Veterinário da Gepec

A qualidade do leite deixou de ser um diferencial para “enfrentar” à competitividade do mercado e passou a ser fundamental para a comercialização de produtos lácteos. O cuidado desde a coleta até seu destino final é necessário para garantir a boa qualidade do leite. Por tanto, se torna necessária a adoção de boas práticas de ordenha, de armazenagem e transporte do leite.

Medidas simples e de baixo custo podem garantir que a produção, armazenagem e coleta do leite sejam feitas para minimizar as contaminações e garantir que o leite seja de qualidade.

Selecionamos as principais medidas que podem ser aplicadas sem muita dificuldade nas propriedades leiteiras, de menor a maior tecnologia e de baixa a alta produção.
  • Cuidados do ordenhador e limpeza da sala de ordenha
-  Usar roupas e botas limpas;
- Lavar as mãos e utilizar luvas de procedimento para minimizar a contaminação do teto da vaca e evitar transmissão de doenças de caráter zoonóticos, como exemplo a varíola;
- Manter a sala de ordenha higienizada, o curral de espera limpo com mínimo de fezes, barro e umidade, para evitar que os animais levem contaminação para a sala de ordenha, o que poderá reduzir a contaminação do leite por microorganismos, podendo assim, diminuir a contagem bacteriana total (CBT);
  • Limpeza do equipamento de ordenha
- Pré-enxague: Utilizar água limpa em sistema aberto, na temperatura de 40°C para retirar os resíduos de leite mais superficiais. Deve ser feito logo após a ordenha, até a água sair limpa. Tem o objetivo de evitar a formação de biofilmes na tubulação.
- Detergente alcalino clorado: Utilizar água limpa para misturar ao detergente alcalino clorado, em temperatura que variam entre 70°C a 75°C. A limpeza deve ser feita em sistema fechado por 10 minutos. Tem a função de remover sujidades de origem orgânica como gordura e proteína.
- Enxágue: Passar água limpa em temperatura ambiente na linha de ordenha, para retirar os resíduos do detergente, em sistema aberto.
- Detergente ácido: Utilizar o produto, em temperatura de 40°C, durante 10 minutos, em sistema fechado. Tem a função de remover os minerais do leite que podem ficar impregnados no equipamento de ordenha.
- Enxágue: Passar água limpa em temperatura ambiente na linha de ordenha, para retirar os resíduos do detergente, em sistema aberto.
- Desinfecção: É feita a limpeza dos equipamentos da ordenha, utilizando o cloro ou outros ácidos. Deve ser feito por 5 minutos, com o objetivo de reduzir a contagem das bactérias. Para melhor eficácia, deve ser feito 30 minutos antes do início de cada ordenha.
- A limpeza manual deve ser feita com bastante atenção e cuidado. Os copos coletores devem ser abertos e lavados, juntamente com as teteiras 2 vezes por semana. Os canos lineares de fluxo devem ser lavados manualmente, no mínimo 2 vezes por mês, introduzindo um escovão com detergente, até o final da linha, para retirar o material que fica aderido aos canos.
Vale lembrar que o tempo de ação e a concentração de cada produto variam de acordo com o seu fabricante, por isso é importante que siga as instruções de uso indicadas no rótulo do produto.  
A limpeza do tanque deve seguir os mesmos passos descritos para a limpeza do equipamento de ordenha, porém devem ser escovados utilizando vassouras de cerdas e escovas apropriadas.
Não se deve ignorar a manutenção periódica dos equipamentos para o seu funcionamento adequado. Segue abaixo os principais tópicos que devem ser levados em conta durante a ordenha, para ter maior qualidade de leite em uma fazenda:
  • Manejo de vacas pré ordenha;
O manejo das vacas devem ser feito de forma tranquila, silenciosa e sem agressividade. Esses estímulos geram o estresse dos animais, acarretando a liberação do hormônio adrenalina. Esse prejudica na descida do leite, podendo aumentar o tempo de ordenha por animal, podendo gerar problemas de leite residual e mastite.
  • Higiene dos tetos;
É necessário que os tetos estejam limpos e secos, pois sujos aumentam a contaminação do leite, prejudicando sua qualidade. Se os tetos estiverem impregnados com sujeira (barro, esterco, terra), deve-se usar água corrente para lavar e seca-los em seguida com toalha descartável (uma folha de papel toalha pra cada teto). Em hipótese nenhuma devem lavar o úbere todo, pois aumenta o risco de contaminação dos tetos.
  • Retirada dos primeiros jatos de leite;
Devem fazer o descarte dos primeiros quatro a seis jatos de leite, pois é a porção do leite que apresenta maior contaminação. O descarte tem que ser feito em uma caneca de fundo preto, para diagnóstico de mastite clínica (o qual são visualizados alterações do leite, como presença de grumos, alteração na coloração, viscosidade e outros). Se visualizados, o leite deve ser desviado do fluxo do tanque, para ser descartado. Essa prática também serve para estimular a descida do leite pela vaca.
  • Antissepsia dos tetos antes da ordenha;
Também conhecida como pré dipping, que consiste na aplicação de produtos antissépticos no teto antes de introduzir a teteira. É feito para minimizar as chances de mastites por patógenos ambientais, diminuindo em 75% as bactérias da superfície. Geralmente usam produtos a base de cloro, iodo, clorexidina ou ácido lático, os quais devem cobrir toda a extensão dos tetos e permanecerem por 30 segundos. Após esse tempo devem ser enxugados com papel toalha descartável (pelo menos uma para cada teto).
  • Colocação da unidade de ordenha;
É necessário verificar antes da ordenha se o equipamento está corretamente regulado, pressão de vácuo corretamente ajustado. A colocação das teteiras deve ser feita uniformemente, tomando o cuidado para que não entre ar durante esse processo. Verificar se os tetos estão corretamente ajustados, para evitar algum trauma devido à pressão do vácuo.
Essas etapas, da entrada do animal na linha de ordenha até a colocação das teteiras, devem ocorrer em um menor tempo possível (até 1,5 minutos para o tempo de preparo).
  • Retirada da unidade;
É necessário que o tempo de ordenha seja acompanhado, para evitar que este seja menor do que o necessário, ocorrendo acúmulo de leite no úbere e consequentemente aumentando a possibilidade de mastite; ou maior que o necessário, acarretando lesões nos tetos, chamadas de hiperqueratose de teto.
  • Antissepsia dos tetos após a ordenha;
Também chamada de pós dipping, que consiste na aplicação de produtos a base de iodo glicerinado ou ácido lático. Deve ser aplicado sobre o teto, cobrindo toda a sua extensão. Deve deixar o produto agir por maior tempo possível, não enxugando. É feito principalmente para reduzir os casos de infecções intramamárias, principalmente mastites de origem contagiosa.
  • Pós ordenha
Recomendam após a ordenha, fornecer o alimento para os animais, para evitar dos mesmos deitarem em solos sujos, e dar tempo para o esfíncter do teto fechar e evitar o ingresso de bactérias na glândula mamária.


Referências Bibliográficas

REINEMANN, D.J.; WOLTERS, G.M.V.H.; BILLON, P.; LIND, O.;. RASMUSSEN, M.D. Revisão de práticas de limpeza e sanitização de ordenhadeiras mecânicas. Disponível em: http://www.cattlenet.com.br/userfiles/Pfizer%20-%20XII%20Novos%20Enfoques%20-%20Sanidade.pdf. Acessado em: 20/06/2013.
ZAFALON, L. F.; POZZI, C. R.; CAMPOS, F. P.; et al; Boas Práticas de Ordenha. Embrapa Pecuária Sudeste, 2008. Disponível em: http://www.cppse.embrapa.br/sites/default/files/principal/publicacao/Documentos78.pdf.  Acessado em: 20/06/2013.
BARTHOLOMEU, G. A. C. Qualidade de leite e os impactos econômicos no sistema de produção. Belo Horizonte: 2013. 469 slides.


Comentário

Newsletter

Assine e fique por dentro de todas as novidades
Nossas redes sociais

 

Gepec - Genes Pecuária e Comércio LTDA - CNPJ 05.972.405/0001-05
Rua Oliveira Pena, n° 87 – São José (Pampulha) – Belo Horizonte/MG  CEP: 31.275-130
Telefone: (31) 3492-4269